São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desemprego cresce na Grande São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de desempregados na Grande São Paulo voltou a ultrapassar a barreira do 1 milhão em fevereiro, fechando o mês em 1,043 milhão. Em janeiro, o total de desempregados era de 973 mil.
Os dados foram divulgados ontem pelo Dieese e Seade.
"O aumento do desemprego em fevereiro, que também deve acontecer em março, já era esperado", disse Pedro Paulo Martone Branco, diretor-executivo do Seade.
Segundo ele, nesses meses ocorre "um esvaziamento da 'bolha' de empregos do final de ano".
Os principais atingidos pelo desemprego em fevereiro —de acordo com a pesquisa— foram os assalariados sem carteira assinada e os trabalhadores autônomos dos setores da indústria e do comércio.
O rendimento médio real do total de pessoas ocupadas cresceu 1,9% em janeiro, ficando em R$ 595. Para os assalariados, o rendimento médio em janeiro foi de R$ 556 —crescimento de 0,8%.
"Os rendimentos começaram a cair em janeiro de 94 e se recuperaram a partir do Real, mas ainda estão abaixo do nível de 12 meses atrás", disse Branco.
Segundo a pesquisa, em janeiro de 94 o rendimento médio de um assalariado era 15,8% maior que o de janeiro de 95. Os prestadores de serviços, diz Branco, tiveram os maiores aumentos.
"Eles puderam aumentar seus preços, enquanto os assalariados têm as regras de indexação de seus ganhos definidas pelo governo." Indústria
A indústria paulista abriu 2.604 postos de trabalho na segunda semana de março, um aumento de 0,11% no nível de emprego em relação à semana anterior.
O nível de emprego industrial em São Paulo acumula em março um aumento de 0,16%, representando a admissão de 3.806 empregados, informou ontem a Fiesp.
Em 1995, até agora, o nível de emprego industrial registra um aumento de 1,16% com a contratação de 26.983 trabalhadores.
Nos últimos doze meses, o emprego cresceu 1,50%, com a admissão de 34.961 trabalhadores.
A pesquisa da Fiesp, junto a 46 sindicatos patronais, revela que, na segunda semana de março, 14 setores tiveram desempenho positivo (admissões superaram demissões), 7, negativo, e 25 mostraram estabilidade.
O maior aumento no emprego foi do setor de produtos de cacau e balas (3,60%) e a maior queda, no de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários (-1,15%).

Texto Anterior: Capital especulativo x investimento produtivo
Próximo Texto: Volkswagen implanta 3º turno em Taubaté
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.