São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995 |
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Ele voltou FÁBIO SORMANI Depois de 17 meses longe da cesta, Michael Jordan voltou. Muitos dizem que está enferrujado, fora de forma, que estava nervoso, isso e aquilo. Pura ilusão. Os números do jogo de domingo contra o Indiana mostram que Michael ainda está em forma e que, na verdade, só precisa calibrar o arremesso. Vamos, pois, aos números do jogo: 1) Jordan atuou durante 43 minutos; sua média, na carreira, era de 39; 2) Tinha índice de 5,9 assistências por jogo; no domingo, deu 6; 3) Costumava pegar 6,3 rebotes por partida; domingo, apanhou 6; 4) Seu índice de roubos de bola era de 2,7 por jogo; contra o Indiana recuperou 3; 5) Dos seis lances livres batidos, acertou cinco, o que dá um percentual de acerto de 83,3%, contra 84,6% de sua carreira; 6) Seu percentual de acerto nos arremessos de três pontos era de 31,1%; contra o Indiana, das quatro bolas chutadas atrás da linha, Michael não acertou nenhuma; 7) Seu percentual nos arremessos de quadra era 52%; domingo ficou em 25% — acertou apenas 7 das 25 bolas; 8) Por causa deste baixo índice, anotou "apenas" 9 pontos, sendo que sua média na fase de classificação era 32,3 pontos/jogo. Vamos analisar os números: quanto aos cinco primeiros itens, observa-se que Michael mostrou que a) está em forma, b) mantém sua genial visão de jogo, c) a impulsão é a mesma, d) continua rápido, e) o arremesso sai exato quando feito sem a pressão do marcador; quanto aos três últimos itens, Jordan deixa a impressão de que a) não está adaptado à pressão do jogo e que seus arremessos, por isso mesmo, estão saindo sem a precisão de outrora. Não fosse isso, tudo teria saído como antigamente. Vejamos: a) se Michael tivesse mantido a média de 31,1% de acerto nos arremessos de três pontos, teria acertado um dos quatro chutes; b) se tivesse mantido a média de 52% de acerto nos arremessos, teria acertado 12 das 25 bolas arremessadas, o que dariam mais dez pontos; c) fosse assim, Michael teria marcado 32 e não 19 pontos, chegando em sua média habitual. E o Chicago, portanto, teria vencido a partida por 109 a 103. Agora é questão de tempo. Jordan colocará a mão na forma e voltará à sua performance antiga. Posto isso, que se cuidem Hakeem Olajuwon, Patrick Ewing, Shaquille O'Neal, Charles Barkley... Texto Anterior: Pelé critica desempenho brasileiro no Pan-95 Próximo Texto: Notas Índice |
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