São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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E estão trocando o gol pelo gole! (Hic)

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, era só (hic) o que faltava neste futebol de ressaca: estão trocando o gol pelo gole (hic).
É brincadeira? (Hic, hic).

Se a história do sequestro (hic) do carro do médico que supostamente (hic) levava a amostra de sangue do (hic) juiz Oscar Roberto de Godói não ficar clara como uma (hic) aguardente pura...
...vai (hic) sobrar mais Rê-bordosa para este futebol que (hic) já está em (hic) estado de coma. Permanente.

Daqui pra frente (hic), quando a torcida pedir "mais um" (hic), o que é que a gente deve entender? (Hic, hic).

E o goleiro (hic) é quem toma muito gol (hic) ou quem toma muito (hic) gole?
E, daqui pra frente, o que (hic) significará (hic) "uma goleada"? (Hic, hic).

Ainda bem (hic) que o Corinthians não escala mais (hic) o Pinga. O juiz poderia (hic) considerar uma ofensa... (Hic, hic).

Nas homenagens do futebol para Elis Regina, tiraram da vitrola o "vivendo e aprendendo a jogar" e colocaram "O Bêbado e o Equilibrista". (Hic, hic).

Se a torcida da "estrela solitária" (hic) estivesse no Pacaembu e não no Maracanã, no domingo (hic), não poderia comemorar os dois gols do Túlio Bem (hic).
Quando entoasse o colossal grito "Fooogo, Fooogo, Fooogo" o juiz poderia achar que era com ele. (Hic, hic).

No sábado, o gol anulado pelo Márcio Rezende de Freitas, que daria a vitória da Portuguesa sobre o Santos, deveria entrar para a antologia da embriaguez dos espíritos do futebol contemporâneo.

O gol do Edmundo, contra o "tigre de papel" Novorizontino (e a sua camisa que poderia estar no desfile do Jorginho Kaufmann), também foi consequência do porre de irregularidades nas arbitragens.

E, por falar em nele, este foi o primeiro capítulo do "Admirável (lembra-se do Ademirável?) Ed-Mundo Novo"?

O Campeonato Paulista chegou à sua décima rodada. Nenhum, repito, nenhum time conseguiu vencer mais do que cinco vezes. Isto é, a metade dos jogos.
Está aí o indício estatístico de que este campeonato é um dos mais "equilibristas" (ôôôps) dos últimos tempos.

Telê Santana lembrou aqui na Folha muito bem: até a décima rodada, sete times trocaram de técnico (só o Guarani, já despediu dois). Quase um técnico a cada rodada. Um, ôôôps, porre, não é mesmo?

A gente não vacila. Quer mais um.

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