São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Manifestação no Rio; Tricentenário de Zumbi; Impacto sem efeito; O pesadelo do avião; Mulher-enfermeira; Vale do Rio Doce; Os esquecidos; Teoria e prática; O relatório de d. Paulo; Concessões; Guerra de interesses; Tempo gasto com TV

Manifestação no Rio
"Creio que o presidente fez uma avaliação muito superficial dos protestos de que foi alvo no Rio. Parece que seu diploma de sociólogo precisa ser reavaliado. Pior que ser 'perdedor de eleição', é ganhá-las e não saber administrar o poder adquirido. As constantes indecisões de seu governo demonstram que está jogando fora a autoridade conferida pelas urnas."
Francisco J. S. Lara (São Paulo, SP)

"No que se refere ao confronto entre manifestantes e Polícia do Exército no Rio de Janeiro, só nos resta lamentar: meus pêsames Rio, meus sentimentos Brasil. A história sempre se repete, por vezes os então oprimidos se tornam opressores. Talvez aos derrotados sindicalistas só reste mesmo gritar e balbuciar expressões desconexas. Ou será que eles, parodiando Bertolt Brecht, deveriam se auto-exilar, fugindo do neoliberalismo fujimorizante?"
Marcos Monnerat (Rio de Janeiro, RJ)

Tricentenário de Zumbi
"Parabenizo a Folha pela iniciativa de dar o merecido destaque, ao longo deste ano, ao tricentenário do assassinato de Zumbi, líder da República dos Palmares. Reconheço na decisão da Folha um gesto ousado e pioneiro. O caderno Mais! da edição de domingo já foi uma agradável mostra do que vem por aí. A presença da articulista Marilene Felinto nesse projeto certamente garante a qualidade crítica tão necessária à abordagem do tema."
Fernando Conceição (São Paulo, SP)

Impacto sem efeito
"Parabéns pelo artigo de Ricardo Semler de domingo último, sobre a 'reenganaria', que realmente nos leva a refletir sobre o necessário uso de processos revolucionários que causam impacto, mas nenhum efeito."
Cristiane Sosa (São Paulo, SP)

O pesadelo do avião
"A propósito do artigo de Marcos Augusto Gonçalves 'Boa viagem' (5/02), a Vasp gostaria de fazer algumas considerações. A respeito da observação 'aquele negócio quebra', permita-me lembrá-lo que a manutenção de aviões é algo extremamente complexo, em que predomina a manutenção preventiva. O glamour da propaganda dirige-se aos novos passageiros, aqueles que vão voar pela primeira vez, e obviamente não a jornalistas experimentados. Quanto às considerações sobre o 'desconforto' a bordo, elas se dirigem muito mais à classe social do passageiro imaginado, que disputa apoio para o braço a cotoveladas, tira os sapatos e derruba arroz. Quero crer que a maioria esmagadora dos passageiros da Vasp não se comporta assim. Relutantemente, concordo que em determinados vôos as comissárias são obrigadas a transformarem-se 'em fiscais de colégio interno'."
Eduardo de Godoy Figueiredo, assessor da Presidência da Vasp (São Paulo, SP)

Mulher-enfermeira
"Vimos nos manifestar contra a imagem estereotipada que os meios de comunicação insistem em veicular a respeito da mulher e, sobretudo, da mulher-enfermeira. Desta feita, numa propaganda da Du Loren, presente em várias revistas de grande circulação. A mídia resolveu apelar, de vez, para o uso indevido e indiscriminado da imagem sexualizada da mulher, reduzindo o exercício das profissões femininas ao mero uso do sexo apelativo."
Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca, professora da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

"Manifestamos nosso repúdio às veiculações da propaganda da Du Loren e da telenovela 'Quatro por Quatro', que atribuem a personagens tidas como enfermeiras uma postura vil, que diverge profundamente da realidade."
Noeli das Neves Toledo, presidente do Centro Acadêmico da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Vale do Rio Doce
"Leiloar uma empresa como a Companhia Vale do Rio Doce (a mais lucrativa das estatais), admitindo-se até a desnacionalização, representa, numa boa dose, o leilão de nossa pátria. Como bem disse o sr. Ignácio Catalán, analista econômico mexicano, a venda de tais empresas (lucrativas e estratégicas) representa vender a própria casa para pagar o cartão de crédito."
Milton V. S. Lima (São Paulo, SP)

Os esquecidos
"Indignado com as últimas decisões adotadas pelo Ministério da Saúde e Secretaria da Saúde de nosso Estado, restringindo as internações pelo SUS, numa atitude de total desrespeito ao preceito constitucional que estabelece saúde como direito de todos e dever do Estado, dirijo-me à Folha: que haja respeito e decência na aplicação do dinheiro público, mas que haja também, e principalmente, respeito ao povo mais humilde, último a ser lembrado, porém o primeiro a pagar a conta."
Florentino Fernandes Garcia (Tupã, SP)

Teoria e prática
"O prefeito do Rio, César Maia, parece bem-intencionado, porém peca pela ingenuidade. Na sua teoria, hospitais forneceriam drogas a viciados cadastrados. Na prática, acontecerá o seguinte: traficantes, através de suborno, darão jeito de 'meter a mão' nos estoques dos hospitais, inclusive infiltrando viciados 'laranjas', que logo se encarregarão de lucrar repassando a droga adiante. Não será difícil subornar, considerando-se o salário ridículo do pessoal do setor de saúde. E nós, trouxas, com nossos impostos, financiaremos essa ciranda macabra."
Maurício Luís Silva (São José do Rio Pardo, SP)

O relatório de d. Paulo
"Cumprimento o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, pela sua coragem e combatividade perante a realidade social. É compromisso de cada brasileiro que sonha e deseja uma sociedade mais justa, fraterna e humana 'endossar' o relatório que a Arquidiocese de São Paulo entrega neste mês ao papa João Paulo 2º."
Muna Zeyn (São Paulo, SP)

Concessões
"Torcemos para que, desta vez, as comunicações sejam comandadas ou dirigidas por quem de direito, isto é, que os canais de rádio e TV caiam em mãos dos profissionais da área."
João Mendes (Jequié, BA)

Guerra de interesses
"Alegam estar quebrada, ou falida, a Previdência. No entanto, desejam tirar dinheiro do orçamento da Previdência para socorrer o caixa da União. Quais os interesses escondidos?"
Edgard Soares Dutra Filho (Brasília, DF)

Tempo gasto com TV
"Interessante o texto publicado ontem em Mundo, da pesquisa que constata que crianças passam em média 900 horas por ano na escola e 1.500 horas vendo TV. Um adulto, assistindo televisão quatro horas por dia, aos 65 anos teria ficado nove anos vendo TV. Uma das 40 sugestões para o que se pode fazer com a TV desligada é a leitura de um livro, que pode ser aquela velha e esquecida Bíblia Sagrada, que no mundo atribulado em que vivemos está fazendo falta."
Arcangelo Sforcin Filho (São Paulo, SP)

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