São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Nova CPI investigará garimpo e narcotráfico

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado Federal que vai investigar as denúncias de irregularidades na atividade de mineração no país foi instalada ontem. O relator será Romero Jucá (PFL-RR), ex-governador do seu Estado e ex-presidente da Funai.
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS), também ex-governador, será o presidente.
A CPI vai investigar denúncias de relação entre garimpo e narcotráfico, de corrupção na concessão de lavras e de exploração mineral em área indígena, dentre outras.
A criação da CPI foi requerida pelo senador Ernandes Amorim (PDT-RO), acusado de envolvimento com narcotráfico e com contrabando de minério. Ele explora a mina de cassiterita do garimpo de Bom Futuro, localizada no município de Ariquemes (RO), do qual foi prefeito.
Amorim está sendo investigado pela Polícia Federal, e a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou parecer autorizando processo por falta de decoro parlamentar contra o senador. O parecer será votado pelo plenário.
O senador —que pediu licença da 4ª secretaria da Mesa do Senado por causa das investigações— diz que a CPI da Mineração vai provar sua inocência. Ele alega ser vítima de empresas mineradoras.
"A CPI não foi criada para inocentar ninguém. A idéia não é só investigar as denúncias de irregularidades. O objetivo principal é propor uma política mineral para o país", afirmou Jucá.
A CPI é integrada por 11 titulares e dois suplentes —um deles é o próprio Amorim— e tem 120 dias para concluir os trabalhos (o prazo pode ser prorrogado). Segundo um dos integrantes, ela pode ser uma faca de dois gumes para Amorim se, ao invés de inocentá-lo, comprovar as denúncias contra ele.

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