São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995 |
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Balé da Cidade abre temporada de 95 com 3 peças de repertório
ANA FRANCISCA PONZIO
As apresentações são uma espécie de aquecimento para a estréia em abril de um dos grandes projetos deste ano do Balé da Cidade: "De repente, não mais que de repente...", coreografia de Vasco Wellencamp inspirada na obra de Tom Jobim. Outro projeto deste ano, que também promete boa repercussão para o Balé da Cidade, é o encontro, no final do ano, com a coreógrafa senegalesa Germaine Acogny. Musa de Maurice Béjart, que a considera seu duplo africano, Acogny obtém uma linguagem original e arrojada a partir da combinação entre danças moderna e africana. Respeitada na Europa, onde dirige um centro de pesquisas na cidade francesa de Toulouse, Acogny está entusiasmada com a possibilidade de trabalhar com bailarinos brasileiros. "Temos raízes comuns", afirmou Acogny em entrevista à Folha, em outubro passado. Para Ivonice Satie, diretora do Balé da Cidade, o espetáculo coreografado por Acogny poderá integrar as comemorações dos 300 anos de Zumbi. Tais projetos estão mantendo alta a motivação do elenco do Balé da Cidade que, no semestre passado, foi demitido temporariamente pelo prefeito Paulo Maluf depois de se manifestar contra atrasos nos pagamentos de salários. Ainda trabalhando sob contratos de prestação de serviços, renováveis a cada mês, os bailarinos contam com a programação intensa deste ano como forma de garantir a atividade constante. Na temporada que se estende até a próxima segunda-feira, o Balé da Cidade de São Paulo mostra três momentos de sua trajetória. A coreografia de Rodrigo Pederneiras, "Variações sobre um Tema de Haydn", foi criada especialmente para a companhia em 1990 e representa um desafio à técnica dos bailarinos. A segunda peça, "Mozarteando", é um divertimento sobre a juventude de Mozart, feito por Ivonice Satie em 1993, para um grupo formado por Fernando Bujones. Em 94, essa coreografia foi incorporada ao repertório do Balé da Cidade. Encerra o espetáculo a coreografia "Sinfonia de Réquiem", encomendada no ano passado ao coreógrafo português Vasco Wellencamp. Sobre música do compositor britânico Benjamin Britten, a peça expressa um ciclo de vida e morte, sem teor narrativo. Texto Anterior: Cohen estréia novo Steinway do Municipal Próximo Texto: Artistas falam a revista sobre fantasias sexuais Índice |
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