São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Computador leva Oscar de efeitos especiais

MARINA MORAES
NOVA YORK

Esse ano, mais uma vez, os efeitos especiais vão ganhar um espaço de honra na festa do Oscar. Pelo menos três dos filmes indicados para o prêmio da Academia de Cinema se apoiaram nesses efeitos, com sucesso de bilheteria: "True Lies", com Arnold Schwarzenegger, "Forrest Gump", com Tom Hanks, e "O Maskara", com Jim Carrey.
Sobre "True Lies", há uma piada corrente em Hollywood que diz que o filme deveria concorrer também para a categoria "Melhores Dublês", já que Schwarzenegger usa centenas deles para suas cenas mais complicadas.
"Forrest Gump" e "O Maskara" contaram com a técnica privilegiada de uma empresa chamada Industrial Light and Magic, considerada a maior produtora de efeitos especiais do mundo. Fundada em 75 em São Francisco por George Lucas, a ILM possui o mais avançado sistema de efeitos digitais da indústria do cinema.
Responsável pelos truques visuais de mais de 100 filmes —incluindo, "Roger Rabbit", toda a série Indiana Jones e a trilogia de "Guerra nas Estrelas"—, a empresa já é figurinha marcada na noite do Oscar. Em seus 20 anos de existência, garantiu 13 estatuetas por Melhores Efeitos Visuais.
Desde os anos 80, a ILM é a líder no mercado de computação gráfica e digitação de imagens para cinema. Ali foram desenvolvidas as mais avançadas técnicas de software, inclusive a que possibilita a transformação de um objeto em outro, sem emendas.
A empresa também foi a pioneira na criação de personagens totalmente gerados pelo computador, como em "O Exterminador do Futuro 2", de distorções do corpo humano, como em "A Morte Lhe Cai Bem", e de animações em 3D, como em "Jurassic Park".
É famosa em Hollywood a capacidade da ILM de fundir imagens fotográficas digitais com material de ação ao vivo. Foi graças a essa técnica que o personagem Forrest Gump pôde ser colocado em momentos históricos dos EUA e se encontrar com as maiores figuras políticas do seu tempo.
Uma outra tecnologia desenvolvida pela ILM permitiu que cerca de 1.500 figurantes contratados para participar de uma passeata no filme fossem transformados em centenas de milhares de pessoas.
A única vez que a ILM colocou seus computadores geradores de efeitos especiais exclusivamente para arrancar risadas do público foi recentemente com "O Maskara". Com o personagem vivido por Jim Carrey ricocheteando em verde pela tela, essa mistura de desenho animado e filme vale basicamente por seus efeitos.
O computador reproduz brincadeiras e cenas dos desenhos animados da Warner Bros. nos anos 40, fazendo com que os olhos do ator saltem para fora de susto ou que seu queixo caia, literalmente, de encantamento por uma donzela.
A brincadeira surpreende e esse desenho-animado "humano" conseguiu um casamento perfeito entre os gestos e feições de Jim Carrey e a animação bem-humorada criada pela ILM.
Por outro lado, ainda que mais discreto, o computador teve uma presença marcante em "Forrest Gump", por exemplo, na cena em que as pernas do ator Gay Sinise são simplesmente apagadas do vídeo para aparecerem amputadas em seguida.

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