São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995 |
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Governador autorizou apenas 'apoio logístico'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O secretário de Comunicação Social do GDF (Governo do Distrito Federal), Moacir de Oliveira, disse que o governador Cristovam Buarque autorizou apenas o "apoio logístico" aos manifestantes."Se houve gastos, foi à revelia do governador", acrescentou. Ele disse ignorar qualquer informação sobre desembolso de dinheiro público. Eurípedes Camargo, chefe da Secretaria de Participação Popular, disse que o GDF (Governo do Distrito Federal) foi apenas "avalista" dos R$ 38 mil gastos para alimentar os manifestantes anti-reformas. "Eles (os organizadores do movimento) fizeram o pedido de apoio financeiro, que será coberto com a realização de bingos e contribuições", disse Camargo. Segundo suas palavras, o GDF ainda não fez qualquer tipo de pagamento. Na contabilidade do Sesi (Serviço Social da Indústria), a quem coube fornecer o o grosso dos alimentos, o GDF figura como devedor. Camargo reconhece: "O Sesi pediu que a gente garantisse os recursos". Ele afirma, porém, que foi concedido um prazo de dez dias para o pagamento. Nesse período, espera receber o dinheiro da coleta. Camargo foi vago sobre as fontes de recursos: "O pessoal do movimento já fez dois bingos, o próprio partido (PT) pode auxiliar, a CUT também vai ajudar. Como é uma questão de movimento popular, a sociedade é solidária". O presidente da CUT-DF, José Zunga Alves de Lima, foi tão vago quanto Camargo quando questionado sobre a origem do dinheiro: "Foi um rateio entre sindicatos, o governo parece que entrou com uma parte". Camargo afirmou também que sua secretaria nem sequer existe formalmente. Criada pelo governador Cristovam Buarque (PT), o órgão precisa ser aprovado pela Câmara Distrital (espécie de Assembléia Legislativa) de Brasília. Quanto à cessão gratuita do Pavilhão de Exposições do parque de Brasília, Camargo declarou: "Cedemos as instalações. Não dava para eles ficarem acampados, nem ao relento. Não é a primeira vez que o espaço é utilizado. Na época da Constituinte, foi cedido para a UDR (União Democrática Ruralista)". A Folha conversou também com o coronel Jair Tedeschi, chefe do Estado Maior da Polícia Militar de Brasília. Ele reconheceu que a PM ofereceu apoio logístico e parte dos mantimentos para o café da manhã dos manifestantes. "Levamos duas cozinhas de campanha (utilizadas em acampamentos) e fornecemos 50 quilos de açúcar e 40 frascos de café solúvel de cem gramas", disse o coronel Tedeschi. Ele disse ter atendido a pedido de Jorge dos Santos Barbosa, assessor de Ação Comunitária do GDF, lotado no gabinete da vice-governadora Arlete Sampaio. Barbosa disse que sua missão é acompanhar os movimentos populares ocorridos no DF. Texto Anterior: Governo do DF financia protesto anti-FHC Próximo Texto: PRINCIPAIS GASTOS Índice |
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