São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Portuários preparam nova paralisação

DAS SUCURSAIS E DA AGÊNCIA FOLHA

Os portuários já estão preparando uma nova greve da categoria para a semana que vem, informou ontem o presidente da Federação Nacional dos Portuários, José Peres César.
Segundo ele, nem os empresários nem o governo se manifestaram sobre as reivindicações da categoria, que exige reajuste de 19,6%, unificação da data-base das três categorias em 1º de março e negociações de salários e do contrato coletivo de trabalho nacional com presença do governo.
Segundo os dirigentes do movimento, o maior problema das negociações é que os empregadores querem discutir separadamente o Contrato Coletivo de Trabalho e os reajustes em cada porto.
"A paralisação foi ótima, total, pacífica e tranquila", disse Peres César em referência à greve de 48 horas (que deve acabar hoje às 7h). Segundo ele, "esta foi a greve de portuários mais participativa dos últimos anos".
Os portuários, estivadores e avulsos reúnem cerca de 100 mil trabalhadores, espalhados em 166 sindicatos em todo o país. As federações não são filiadas a nenhuma central sindical.
O porto de Santos (SP), o maior do país, permaneceu totalmente parado ontem, pelo segundo dia consecutivo. A Companhia Docas do Estado de São Paulo, avalia o prejuízo em R$ 2 milhões.
O segundo dia da greve dos portuários estivadores e trabalhadores avulsos no Rio contou com adesão total dos cerca de 10 mil trabalhadores que atuam nos cinco portos do Estado. A informação sobre o grau de adesão foi a mesma tanto da parte da CDRJ como do Sindicato dos Portuários do Rio.
A administração do porto de Paranaguá (PR) informou que 80 mil toneladas de produtos deixaram de ser movimentadas nos dois dias de greve dos trabalhadores avulsos.
O porto deixou de arrecadar cerca de US$ 500 mil nos dois dias.
O segundo dia de greve teve a adesão de 100% dos quase 8.000 trabalhadores, segundo os sindicatos e a administração.
Os dois dias de greve no porto de Recife provocaram um prejuízo, segundo a administração de R$ 200 mil. Também pararam totalmente ontem os portos de Manaus (AM) e Salvador.

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