São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995 |
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ONU cobra apuração de casos de violência
OLIMPIO CRUZ NETO
O recado foi dado ontem ao CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), órgão ligado ao Ministério da Justiça, pelo representante do Itamaraty, José Augusto Lindgren, em reunião realizada pela manhã no ministério. A ONU quer saber quais providências estão sendo tomadas para conter a suposta influência do aparelho repressivo do Estado na onda de violência registrada nas últimas semanas. A ONU quer saber especificamente quais providências o governo brasileiro tomou para apurar a morte do assaltante Cristiano Moura Mesquita de Mello, no último dia 9, pelo cabo da Polícia Militar Flávio Ferreira Carneiro. O assassinato foi filmado por uma equipe da TV Globo e as imagens correram o mundo, chocando a comunidade internacional. O próprio ministro da Justiça, Nelson Jobim, adiantou que vai encaminhar às Nações Unidas um relatório detalhando as providências tomadas pelo governo FHC. Outro caso que despertou interesse da ONU foi o desaparecimento do advogado Antônio Rufino da Cruz, ocorrido em novembro do ano passado, durante a Operação Rio. Ele foi visto pela última vez sendo preso por soldados do Exército. Jobim anunciou que vai a São Paulo, nos próximos dias, para apressar a conclusão do inquérito que apura a chacina do Carandiru, ocorrida em 1993, que provocou a morte de 111 presos. O ministro abriu a reunião de ontem afirmando que é necessário mudar a legislação que rege o CDDPH para atender às cobranças da comunidade internacional. Texto Anterior: Policial civil é morta em roubo na zona leste Próximo Texto: Comissão tenta barrar prova pós-faculdade Índice |
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