São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Fuga de capital é de US$ 3,3 bi

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A valorização do dólar e as medidas para conter a fuga de capital do país continuam sem surtir os efeitos desejados pelo governo.
Os números do Banco Central mostram que, até anteontem, US$ 3,339 bilhões deixaram o país somente em março.
Será a maior perda mensal para as reservas em dólar do país em pelo menos cinco anos —neste período as reservas quase sempre estiveram em crescimento.
Hoje, elas estão estimadas em US$ 34 bilhões, mas chegaram a US$ 43 bilhões antes do real.
Os números do mercado de câmbio, em que são registradas as entradas e saídas de dólares do país, apontam queda de exportações e grande crescimento da fuga de capital especulativo em relação a fevereiro.
O mercado é dividido em dois segmentos: o comercial —que registra os movimentos de exportadores e importadores— e o financeiro, que engloba as bolsas de valores, aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos. Neste último está o chamado capital especulativo.
Até o último dia 21 o segmento comercial apresentava superávit modesto, de US$ 354,9 milhões. Em fevereiro o superávit chegou a US$ 1,255 bilhão. Antes do Plano Real os resultados mensais chegavam à casa dos US$ 2,5 bilhões.
No mesmo período o segmento financeiro mostrava déficit gigante de US$ 3,694 bilhões. Se a tendência for mantida até o final do mês, o déficit será quase o triplo do de fevereiro, US$ 1,427 bilhão.
Somando os dois segmentos do mercado —o comercial e o financeiro—, chega-se à perda total de divisas pelo país. Essas perdas se refletem nas reservas do BC.
Os saldos comerciais começaram a cair em outubro de 94 devido a medidas tomadas pelo governo. Na época, se desejava estimular as importações para combater a inflação.(Gustavo Patú)

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