São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Oposição critica secretário e quer acompanhar inquérito sobre bombas

PAULO PEIXOTO
HELCIO ZOLINI

PAULO PEIXOTO; HELCIO ZOLINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os deputados da oposição ao governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), encaminharam ontem requerimento à mesa da Assembléia Legislativa solicitando a formação de uma comissão especial para acompanhar o inquérito sobre as explosões de bombas em Belo Horizonte.
Ocorreram seis atentados desde o dia 4 de fevereiro na cidade.
A decisão de pedir acompanhamento dos inquéritos ocorreu após a ida do secretário da Segurança Pública, Santos Moreira, à Assembléia, na manhã de ontem, para prestar esclarecimentos.
Moreira foi muito criticado pelos parlamentares da oposição, que afirmaram haver "contradições" nos seus esclarecimentos e nas investigações dos atentados.
O líder do PT, Gilmar Machado, foi o que mais se exaltou e, debatendo com Moreira, disse que a prisão de Austen Mudado, tesoureiro da CUT-MG, foi "uma farsa para desviar a atenção da opinião pública".
Mudado foi preso pela polícia e acusado de ter colocado a bomba na sede da OAB.
Na madrugada de anteontem, ele foi liberado e arrolado no inquérito policial como um dos suspeitos.
Moreira rebateu as acusações do petista. "Não aceito que se diga aqui que vim fazer armação", afirmou Moreira.
O secretário disse que não poderia dar detalhes para não prejudicar as investigações e garantiu que a polícia vai encontrar os autores dos atentados. "Vamos chegar aos resultados doa a quem doer, interesse a quem interessar", afirmou.
Ele disse que a polícia agiu corretamente no caso da OAB. "Acho que cumprimos o dever, não para ferir o senhor Austen, a CUT e o PT", disse Moreira.
O deputado João Batista de Oliveira (PSB) questionou o fato de o sindicalista ter sido apontado como suspeito enquanto um policial aposentado, que estava com Mudado no banheiro da OAB (onde explodiu a bomba), foi apenas arrolado como testemunha.

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