São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Sindicalista nega conta secreta no exterior

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Força Sindical disse ainda que não tem conta secreta no exterior. "Tenho uma conta no Bradesco, uma na CEF, acho que só. Se ele (Cinchetto) abriu uma conta no exterior em nome do Ibes ou não é problema dele, responsabilidade dele."
Sobre o outdoor "Nasce Uma Nova Força", que teria sido pago pela Andrade Gutierrez com a interferência de Jorge Serpa que teria interferido junto a Fleury que por sua vez teria interferido junto à empresa, Medeiros disse: "Para eu falar com o Fleury, com o Quércia, com o Collor, com qualquer autoridade, eu não preciso de intermediário. Eu chamais iria pedir ao Serpa para falar com o Fleury."
Luiz Fernando Emediato, proprietário da Geração, também presente à entrevista no Palácio do Trabalhador, negou que tenha recebido dinheiro da Andrade Gutierrez para pagar a empresa Novelli. Segundo ele, o outdoor foi feita pela própria Geração. O único problema, disse, é que como a Força Sindical não era uma empresa, não foram emitidas notas fiscais por todos os serviços prestados, só recibos.
Emediato confirmou que Cinchetto foi sócio da empresa mas disse que ele tinha comportamento "até psicótico" e foi afastado.
Medeiros negou que tenha dívida com Cinchetto. "Graças a Deus, eu não devo a ninguém."
Medeiros confirmou que o seu esquema era paralelo: "A direção da Força Sindical realmente não interferia. A Força não tinha responsabilidade sobre nada disso."
Medeiros também confirmou que o 1º Congresso da Mulher Trabalhadora, em março de 92, foi pago pelo Ibes, por Cinchetto.
Sobre o salário que Cinchetto disse retirar do Ibes para si, para Marcos Cará e para Medeiros, de US$ 3 mil cada —cheques que saíam e eram convertidos em dólar—, Medeiros disse: "Não tinha isso. Teve uma semana que eu fui três vezes para a Europa, mas trabalhar. Mas isso era legítimo. Eu estava arrecadando dinheiro para a minha central sindical. Mas isso não era para mim, pessoalmente."
Sobre o guarda-livros, ou caixa dois, Medeiros disse desconhecer a contabilidade que Wagner Cinchetto e Marcos Cará faziam.

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