São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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CPI investiga superfaturamento na Câmara

DA REPORTAGEM LOCAL

Um acordo entre as lideranças dos partidos resultou na aprovação unânime da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigará o suposto superfaturamento das obras de reforma do prédio da Câmara Municipal de São Paulo.
Na terça-feira, o vereador Francisco Whitaker (PT), com base em documentação do TCM (Tribunal de Contas do Município), disse que as obras foram superfaturadas em US$ 4 milhões. A reforma ainda não terminou.
Whitaker será o presidente da CPI. Os outros quatro integrantes da comissão serão indicados pelo presidente da Câmara, Miguel Colasuonno (PPR).
Ele disse que não deve indicar membros da mesa da Câmara.
O artigo 94 do Regimento Interno da Casa prevê que a indicação dos membros de uma CPI leve em conta a representação dos partidos na Câmara.
PT, PMDB, PPR e PTB têm as maiores bancadas e terão representantes na CPI. O quinto membro da comissão fica entre o PL e o PSDB.
Para eles, a divulgação do suposto superfaturamento das obras teve muita repercussão na mídia.
A Folha apurou que a estratégia dos vereadores da situação seria prolongar ao máximo as "investigações" e aprovar um relatório não-conclusivo quando o assunto tiver desaparecido da mídia.
O vereador José Índio (PMDB) disse que não existe nenhuma estratégia neste sentido.
"O problema é que estou preocupado com a imagem da Casa e alguns vereadores estão pensando na reeleição", afirmou Colasuonno. A apuração deve durar 90 dias a partir da instauração da CPI.

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