São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Deputados reagem de forma contraditória

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados reagiram ao depoimento de Pérsio Arida, presidente do Banco Central (BC), de forma contraditória. Quase todos afirmaram sua confiança na pessoa do presidente do BC, mas poucos se convenceram de que não ocorreu vazamento de informações.
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), defendeu o aprofundamento das investigações e a punição dos eventuais responsáveis "para que acabem os boatos diários no mercado", enquanto o deputado José Fortunatti (PT-RS), defendia a instauração de uma CPI.
O líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), afirmou que a imagem de Arida não saiu abalada.
Embora tenha evitado discutir com Arida sobre vazamento de informações, o deputado Delfim Netto (PPR-SP) —o primeiro a insinuar a possibilidade de ter havido "inside information"— considerou insuficiente a nota divulgada para rebater as acusações de que o banco BBA teria tido acesso a informações privilegiadas.
Durante o depoimento, o pior momento para Arida aconteceu exatamente nas intervenções de Delfim e de Maria da Conceição Tavares (PT-RJ). O presidente do BC ouviu, calado, a acusação de que teria cometido uma "trapalhada" na mudança da política cambial.
Procuradoria
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) entregou ontem ao procurador-geral da República, Aristides Junqueira, dados obtidos junto ao BC. Segundo ele, os dados demonstram que três bancos fizeram operações atípicas antes da mudança da política cambial. Junqueira afirmou que pedirá explicações ao BC.
O senador rebateu as críticas feitas por Arida. "Se eu sou despreparado, também o é a imprensa, que deu destaque a minha denúncia, e também o presidente Fernando Henrique, que convocou Arida ontem (anteontem) à noite para que ele explicasse."

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