São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Circo da velocidade inicia primeira etapa

ANDRÉ JUNG
ESPECIAL PARA A FOLHA

Respeitável público, a partir das 9h30 de domingo, o circo máximo da velocidade estará fazendo a primeira de suas 16 etapas ao redor do planeta aqui em terra brasilis.
A sorte nos brindou novamente com a primeira prova do ano e toda a repercussão da estréia, uma vez que de início a abertura da temporada estava programada para o GP da Argentina no inteiramente novo autódromo de Buenos Aires.
Uma sucessão de atrasos, primeiro da FIA em definir as alterações no regulamento, depois das equipes em preparar os novos carros e, por fim, do término das obras do circuito portenho, nos proporcionou a chance de dar a largada em mais um campeonato de Fórmula 1.
A expectativa mais uma vez é grande e se em 94 as modificações de regulamento, com as restrições ao uso da eletrônica no auxílio à pilotagem, geravam curiosidade nos milhões de fãs da categoria, este ano, pela profundidade e extensão das transformações, inspiradas pela necessidade urgente de dar mais segurança aos pilotos e não provocar indigestão na macarronada de domingo dos telespectadores, trazem os olhares do mundo para São Paulo neste final de semana.
Ledo engano. Nos testes de inverno no Estoril em Portugal, a nova F-1 se mostrou logo tão rápida que essas previsões tiveram que ser refeitas.
Para se ter uma idéia, Damon Hill, que saiu do Estoril com o melhor tempo, virou apenas 0,3 segundo mais lento que a pole de Berger no GP de Portugal.
Eddie Irvine marcou com seu novo Jordan o melhor tempo da história para um Jordan no circuito português e, se alguém foi lento nesses testes, esse alguém tem o nome de McLaren, verdadeiro fiasco, com tempos tão ruins que Nigel Mansell se recusou ao martírio de esfolar joelhos e cotovelos para disputar posições secundárias, sim, porque é certo que se esse fosse um carro de ponta Mansell se sujeitaria a qualquer desconforto para não começar o campeonato na terceira prova.
Por fim, embora com o charme da estréia, pagaremos seu preço: muitos carros estarão praticamente estreando quando os fiscais liberarem a pista para a primeira sessão de treinos, o que, aliado à altíssima rotação e juventude dos novos motores, deverão proporcionar um grande número de quebras.

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