São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Murayama enfrenta teste em eleição

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Começou ontem no Japão a campanha para eleições aos governos locais que serão o primeiro teste do governo de coalizão do primeiro-ministro socialista Tomiichi Murayama.
Mas as eleições de 9 de abril para o governo de Tóquio e de 12 outras cidades estão obscurecidas pelo ataque com gás sarin ocorrido esta semana no metrô da capital.
Vários discursos de candidatos procuram chamar a atenção dos eleitores para a necessidade de segurança pública após o ataque que matou dez pessoas.
Outro tema em alta na campanha é o terremoto que abalou o centro do país em janeiro, matando oficialmente 5.493 pessoas.
É nossa política amiga do povo que permite a todos, jovens e velhos, se ajudarem a viver uma vida pacífica, afirmou Murayama no palanque do candidato governista ao governo de Tóquio.
A coalizão de três partidos que sustenta o premiê no poder há nove meses apóia o burocrata de elite Nobuo Ishihara contra sete candidatos independentes.
O eleito deve obter mais de 50% dos votos dos 9,38 milhões de eleitores em Tóquio que não têm preferência por nenhum partido político.
Em seu discurso, Ishihara prometeu tornar Tóquio segura não só para terremotos, mas para crimes viciosos como o ataque com o gás sarin.
A popularidade de Murayama está em queda em pesquisas de opinião, em parte por causa da frágil resposta oficial ao terremoto em Kobe. Seu governo também deve enfrentar eleições parlamentares para o Senado em junho.
Mesmo antes do atentado no metrô desviar as atenções das eleições, as pesquisas de opinião indicavam baixo interesse do eleitorado, em função da pequena diferença política entre os partidos.
Na maioria das 13 eleições, partidos rivais no Parlamento se uniram para apoiar os mesmos candidatos, evitando competição direta entre a coalizão de Murayama e o Partido da Nova Fronteira (NFP).
O NFP pede que o premiê dissolva o Parlamento e convoque antecipadamente as eleições gerais, marcadas para meados de 1997.
Na quarta-feira, um membro da coalizão governista disse que não deve haver eleições gerais antes de fevereiro de 1996, e que Murayama deve ficar no poder até lá.
Além de Tóquio, são realizadas eleições para o governo de Osaka —a terceira cidade do Japão—, da ilha de Hokkaido (norte) e de dez outras prefeituras, a maioria rurais.

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