São Paulo, sábado, 25 de março de 1995
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PM acusado de massacre é nomeado chefe da cavalaria

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo comandante do Regimento de Cavalaria 9 de Julho é um dos 120 PMs que estão sendo processados pelo massacre de 111 presos no pavilhão 9 da Casa de Detenção, ocorrido em 92.
A nomeação do tenente-coronel Armando Rafael Araújo durante governo Mário Covas quebra compromisso do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho de que nenhum acusado do massacre assumiria comandos na PM.
Antes, o tenente-coronel Gérson Rezende, também acusado do massacre, chefiou um batalhão no fim do governo Fleury.
Na época do massacre, Araújo era major e subcomandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Ele é acusado de 87 lesões corporais por causa de espancamentos de presos. "Agradeço a minha nomeação ao comandante-geral da PM, coronel Claudionor Lisboa", disse Araújo.
A Folha tentou entrevistar Lisboa no regimento, mas ele saiu do quartel sem dar entrevista. "Começa a surgir as explicações sobre o aumento do número de pessoas mortas pela PM no governo Covas, pois estão favorecendo oficiais de linha dura", disse o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil-Seção São Paulo), o advogado Jairo Fonseca.
Neste ano, a PM matou em média 68 pessoas por mês. Em 94, essa média foi de 43,3 —um aumento de 57%. A posse estava na agenda de ontem do secretário da Segurança, José Afonso da Silva. Ele não compareceu. A Folha fez quatro telefonemas para sua assessoria, que não respondeu, até as 19h.

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