São Paulo, sábado, 25 de março de 1995 |
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Betinho propõe a união de esforços na questão da terra
DA SUCURSAL DO RIO A Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida começou ontem no Rio sua terceira fase. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a campanha "Democracia na Terra", que visa democratizar o acesso à terra.Betinho disse ter escolhido "a dedo" a data de lançamento da campanha —que segue as campanhas contra a fome e pelo trabalho. Ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso lançou o Programa Nacional de Reforma Agrária no Ceará (veja à pág. 1-5). "Não foi coincidência, foi intencional. O governo quer a reforma agrária e nós queremos a democracia na terra. A luta da cidadania pode impulsionar a luta do governo", disse Betinho. O sociólogo disse que a campanha não trata apenas da questão rural. "São Paulo tem 30% de seus lotes urbanos ociosos e esta questão precisa ser pensada", disse. Para Betinho, a intenção da campanha é "inovar e não repetir o passado, que não deu certo". Por isso, em vez de usar o termo "reforma agrária", o sociólogo fala em "democracia na terra" A solenidade de lançamento da campanha, que aconteceu no hotel Meridien (em Copacabana, zona sul do Rio), reuniu artistas, políticos, sindicalistas e ativistas de movimentos sociais. Nomes como Caetano Veloso, Maitê Proença, Eva Wilma, Rafael Rabello, Joyce, Lobão, o teólogo Leonardo Boff e o sindicalista Vicente Paulo da Silva, presidente da CUT, estiveram no hotel. Campanha na TV Caetano cantou "Terra" logo depois da exibição de um comercial da campanha. No comercial, que começa a ser veiculado hoje nas emissoras de TV, a atriz Eva Wilma fala da importância da democratização do acesso à terra. Para o teólogo Leonardo Boff, a reforma agrária é o projeto político mais importante do Brasil. "Por isso sempre foi tão problemático. A reforma agrária é um dos poucos pontos com o qual todos os setores da igreja concordam", disse. Impressos com cópias da carta foram distribuídos às cerca de cem pessoas presentes. A intenção dos articuladores da campanha é enviar várias cópias assinadas a FHC. Texto Anterior: O padre e o coronel Próximo Texto: Sarney defende direito de mudar emendas Índice |
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