São Paulo, sábado, 25 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Delicatessen investem em produtos exóticos

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Delicatessen investem en produtos exóticos
Lojas de comidas importadas vendem de patê de javali a geléia de rosas para se diferenciarem dos supermercados
As delicatessen especializadas em importados estão sofisticando cada vez mais suas prateleiras para vencer a concorrência com o preço baixo dos supermercados.
Linhas exclusivas e receitas exóticas ao paladar brasileiro são uma das saídas para garantir o movimento e as vendas.
Por trás dos nomes estrangeiros —a maioria franceses— o cliente encontra carnes de javali, ganso, cervo e preparados à base de rosas (veja o quadro ao lado).
Eles vêm na forma de terrina (espécie de patê mais cremoso com pedacinhos dos ingredientes), conservas, desidratados, etc.
"É preciso investir em sofisticação e variedade", diz Diva Helena Furlan, 45, uma das proprietárias da Bacco's.
Sua loja trouxe a São Paulo os produtos de um dos "templos" da gastronomia francesa, a Fauchon. A maioria está à venda na filial da casa no shopping Iguatemi.
Os consumidores desses produtos podem ser divididos em três categorias: 1) o estrangeiro que mora no país; 2) o brasileiro que viaja muito ao exterior; 3) o curioso, sempre atrás de novidades.
Para atender os três, os proprietários montam vitrines de comida e bebida e treinam os funcionários para aconselhar, especialmente sobre vinhos.
Bernardo Kigiela, 47, proprietário do Armazém dos Mil Sabores, diz que a variedade é a peça chave do negócio. "Eu tenho desde vinho russo, que não chega a ser uma maravilha, até os mais tradicionais", diz.
Furlan concorda: "o ideal é que quem procura uma geléia dietética, possa encontrar quatro tipos".
A estratégia de Kigiela é colocar apenas um produto de cada marca na prateleira. O resto, fica no estoque. "Assim, o cliente tem a idéia de tudo o que pode escolher em pouco espaço."
As delicatessens estão reservando também um espaço aos "artigos para presente". É uma tentativa de, em vez de simplesmente vender geléia, fazer o consumidor levar para casa os potes decorados.
"Também é um diferencial. No final do ano, vendemos demais esse tipo de produto. Por isso, já estamos até preparando embalagens com essa finalidade", diz Furlan.

Texto Anterior: Chuva acelera fim de povoados em MG
Próximo Texto: Nova loja vai funcionar 24h
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.