São Paulo, sábado, 25 de março de 1995
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Conab não crê em colapso no armazenamento

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

Os 242 armazéns próprios e os 6.918 credenciados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) podem não ser suficientes para abrigar a safra 1995/96, segundo representantes de cooperativas das principais regiões produtoras do país.
A argumentação é a de que 10,49 milhões de toneladas de estoques do governo remanescentes de safras anteriores estão ocupando espaço. Eles reclamam da morosidade da Conab no credenciamento emergencial e de novos armazéns.
Os técnicos da Conab, por sua vez, não acreditam num colapso no armazenamento e contestam as alegações de morosidade. Dados da Conab mostram crescimento de 62% na capacidade de armazenamento, que passou de 24,3 milhões de toneladas em janeiro de 94 para 39,4 milhões de toneladas em fevereiro deste ano.
No Paraná, 2,2 milhões de toneladas do governo podem complicar a vida do produtor, segundo o chefe do departamento econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), Nelson Costa. "Estamos na metade da colheita de 12,7 milhões de toneladas de grãos e os armazéns já estão quase cheios."
Segundo ele, essa situação é fruto da morosidade da Conab em cadastrar novos armazéns em caráter emergencial. A capacidade de armazenamento no Paraná é de 18,3 milhões de toneladas (convencional e graneleiro). Desse montante, apenas 8,8 milhões de toneladas são cadastrados pela Conab.
"Já fizemos o credenciamento emergencial de mais de 50 armazéns nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, nos últimos meses", rebate o técnico da Conab, Pedro Beskov. "De janeiro de 94 para cá a capacidade do Paraná subiu 95,6%."
Para o presidente da Ocemat (Organização das Cooperativas do Estado do Mato Grosso), Anton Huber, a situação de armazenamento no seu Estado é grave. Segundo ele, faltam armazéns nas regiões produtoras e o produtor é obrigado a arcar com custos de transporte até as regiões de comercialização. "O preço pago atualmente pela Conab pelo aluguel de armazéns desestimula novos credenciamentos", acrescenta.
Pedro Beskov, da Conab, diz que o ritmo de aprovação de credenciamento em condições operacionais especiais foi determinado na última reunião do Conselho Monetário Nacional, de maneira a minimizar ao máximo os riscos.

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