São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995 |
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Ótimo concerto marca estréia do novo piano do Municipal
WILLIAN LI
No programa, a "Abertura Acadêmica op.80", o "Concerto Duplo para violino, violoncelo e orquestra em lá menor op. 102", ambos de Brahms; e (finalmente) o "Concerto nº5 para Piano e Orquestra em mi bemol maior op.73", de Beethoven. A regência esteve a cargo do maestro alemão Peter Hirsh, que conseguiu extrair uma coesão e afinação das cordas na difícil "Abertura" de Brahms. Em seguida, o "Concerto Duplo", onde solaram o violinista Cláudio Cruz e o violoncelista Antonio Meneses (que gravou este mesmo concerto com Herbert Von Karajan). Nesta peça, violino e violoncelo devem formar um instrumento só, de modo a parecer um piano de arcos, ou "violinocelo", como chamou Meneses. Cruz e Meneses se entrosaram perfeitamente. Mas o grande momento foi a estréia do Steinway pelo pianista Arnaldo Cohen com o "Concerto nº5 op.73" de Beethoven. Foi o próprio Arnaldo quem escolheu o piano na sede da Steinway em Nova York. Sobre o piano, trata-se de um Steinway Grand Concerto D, que na viagem de Nova York a São Paulo caiu meio tom na afinação, sendo necessário chamar um técnico. A sonoridade aveludada, mais brilhante que metálica, o trinado perfeito, a pureza de som, a limpidez das notas agudas e a potência das graves e a obediência do teclado mostram que o piano é uma obra de arte e tecnologia. Cohen explorou todos os seus matizes no "Imperador" de Beethoven: fez o piano ser majestoso, cantar, chorar, passar de um lamento a uma explosão. Composta durante a invasão napoleônica (1809), muitos pianistas tocaram essa obra como se fosse romântica. Cohen interpretou-a como um concerto ainda clássico, apesar de seu virtuosismo e complexidade da partitura. Cohen foi mais leve, veloz e sutil, ao contrário das interpretações românticas, densas e pesadas. Texto Anterior: SP italiana não é o Bixiga, diz Canevacci Próximo Texto: Annie Lennox volta com disco de covers Índice |
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