São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Delegado é acusado de desobedecer Justiça

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma sindicância vai fazer a primeira investigação sobre um homem da cúpula da Polícia Civil do governo Mário Covas.
A corregedoria do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça de São Paulo) abriu ontem sindicância sobre o delegado Expedito Marques Pereira, diretor do Depatri (Departamento de Prevenção a Crimes contra o Patrimônio).
Ele é acusado por promotores criminais de não cumprir uma ordem judicial que determinava a prisão de cinco investigadores de seu departamento.
A Folha procurou Pereira ontem à tarde. Ele disse que não iria falar sobre o caso e que já havia relatado ao seu superior (o delegado-geral da Polícia Civil Antonio Carlos de Castro Machado) tudo o que sabia.
Os investigadores foram denunciados em 94 —por envolvimento em desvio de carga— pelo ex-informante policial José Gonzaga Moreira, o "Zezinho do Ouro".
Na sexta passada, os promotores João Estevam e Patrícia Ferraz e o delegado Hélio Panica, da corregedoria da Polícia Civil, entregaram os mandados de prisão a Pereira, que os teria recusado.
Além dos cinco investigadores do Depatri João Carlos Cruz, José Aparecido Zocal, Ivo Zalengo, Euclides Manoel da Silva e Rui Mussolini, outros quatro policiais do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) tiveram prisão preventiva decretada sexta.
Todos são acusados de, em 92, desviar metade de uma carga de jaquetas apreendida.
Três dos quatro policiais do Decap acusados no caso já foram presos: o delegado Manasses Rodrigues de Carvalho, o investigador Waldemar Francisco da Silva e o agente policial Silvio Romeiro do Carmo.
O quarto, o investigador Adjair de Almeida, estava foragido até o início da noite de ontem. Também foi decretada a prisão de José Pontes, que teria comprado a carga roubada. Zezinho do Ouro também responderá processo no caso.

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