São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Governo mantém proposta e greve continua

DA REPORTAGEM LOCAL

Não houve acordo entre as entidades que lideram a greve na rede estadual de ensino de São Paulo e o governo, durante negociação ontem à noite na Secretaria de Estado da Educação, na praça da República (centro de São Paulo).
A secretária Rose Neubauer voltou a apresentar a proposta feita quinta-feira passada em reunião das entidades com o governador Mário Covas: R$ 17 milhões a mais por mês na folha de pagamentos até maio; e R$ 23 milhões a mais até agosto.
O governo buscou discutir como esse dinheiro extra seria distribuído entre os 420 mil assalariados da Secretaria de Estado da Educação (veja quadro ao lado).
As entidades argumentaram que essa quantia a mais é irrisória —traria de 10% a 12% de aumento médio para todos os níveis, segundo essas entidades.
Os professores grevistas defendem um piso salarial (emergencial) de R$ 210 —o que representaria um aumento de cerca de 90% para todas as categorias docentes.
Com sua proposta, o governo garante um piso de R$ 180 por 20 horas semanais.
Mas essa elevação seria só nos níveis inferiores da carreira. Assim, as nove carreiras iniciais dos professores —que em geral têm 5% de diferença de uma para outra— ficariam "achatadas". Ou seja, quem começa a trabalhar hoje e quem já trabalha há mais de dez anos ganharia o mesmo.
Foi essa proposta que levou uma assembléia geral na sexta-feira passada a declarar a paralisação da rede.
No primeiro dia de greve, ontem, ninguém tinha uma avaliação científica da adesão ao movimento. A Apeoesp (o sindicato dos professores) "estimou" uma adesão de 50% dos 260 mil docentes —suficiente para deixar sem aulas mais de 3 milhões dos 6,5 milhões de alunos da rede.
O governo diz que terá dados mais precisos hoje. A greve foi convocada por todas as entidades do ensino estadual —professores, diretores, supervisores e servidores.
Haverá nova assembléia na sexta-feira, às 15h, no Palácio dos Bandeirantes.

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