São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995 |
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Secretário vê caráter político
ANTONIO ROCHA FILHO
Santos Júnior citou a rebelião em Tremembé como exemplo. "Os presos parecem estar querendo testar a administração para ver até onde o governo do Estado cede", disse. Segundo ele, a orientação do governador Mário Covas é "negociar sempre, sem criar riscos à segurança da população, ao ceder armas e veículos para fuga". Santos Júnior afirmou que o pedido de desativação do anexo da Casa de Custódia, feito pelos presos de Tremembé, mostraria o caráter político do movimento. "Não há motivos ou meios para se fazer essa desativação. O local abriga pessoas que cometeram crimes muito graves." Santos Júnior disse considerar isoladas essas rebeliões supostamente políticas. Segundo o secretário, outras rebeliões —a maioria em sua opinião— têm como motivo as más condições carcerárias e o acúmulo de processos na Justiça. "Os detentos pedem maior atenção do Poder Judiciário. Nesses casos, tentamos atender os presos e as rebeliões acabam bem." Em 95, já aconteceram 11 rebeliões no Estado: cinco em penitenciárias, cinco em delegacias e uma em cadeia pública. Delegacias e cadeias são ligadas à Secretaria da Segurança Pública. O governador Covas deve decidir nos próximos dias a possível união das secretarias da Administração Penitenciária e da Justiça, acumuladas por Santos Júnior. Grupos ligados à defesa dos direitos humanos, como a Pastoral Carcerária da arquidiocese de São Paulo, defendem a manutenção das duas secretarias, sob o argumento de que os presos ficam mais protegidos com uma pasta específica para assuntos carcerários. Outros grupos são pela a unificação. Acreditam que o acesso da Secretaria da Justiça ao Judiciário poderia melhorar a situação dos presos. Texto Anterior: Comandante descarta intervenção da PM Próximo Texto: Agentes dizem desconhecer grupo Índice |
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