São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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CMN deve examinar mais aperto a bancos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) deverá examinar amanhã medidas para evitar que os bancos driblem as restrições impostas ao crédito, dentro da estratégia de contenção do consumo.
Segundo avaliação dos economistas do governo, os bancos estão adotando artifícios para evitar os recolhimentos compulsórios ao Banco Central de recursos de depósitos à vista (contas correntes), a prazo (CDBs e outros títulos privados) e cadernetas de poupança.
O mecanismo mais citado pelos técnicos é a chamada poupança-salário, operada pelo Banco do Brasil. O BB aplica automaticamente na poupança o salário de seus correntistas, porque o compulsório da poupança (30%) é menor que o dos depósitos à vista (90%).
Também está em estudo a reformulação dos compulsórios, já anunciada pelo presidente do BC, Pérsio Arida. Mas tal medida, que demanda mais análise, poderá não ser examinada pelo CMN agora.
Entre as hipóteses estudadas, está a unificação dos percentuais dos compulsórios, hoje diferenciados. O novo percentual deveria elevar o aperto sobre os bancos.
A outra alternativa é elevar os percentuais: o compulsório sobre depósitos à vista poderia voltar aos 100%, enquanto os sobre poupança e depósitos a prazo (27%) poderiam chegar aos 50%.
Também está em estudo a criação de um compulsório sobre fundos de investimento, como os de renda fixa e commodities. Hoje, tais fundos são isentos de recolhimento ao BC.
Por trás do novo aperto ao consumo —o terceiro desde o real— estão as preocupações do governo com a tendência de alta da inflação e com os déficits comerciais.
A pauta da reunião do CMN foi examinada ontem à noite pelos ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Clóvis Carvalho (Casa Civil).

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