São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Zagallo corta 3, reconvoca 2 e fica com 22

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

A seleção brasileira foi vítima ontem da falta de sintonia entre a CBF, federações e clubes.
Ao longo do dia, o técnico Mário Jorge Zagallo teve 22, 19, 20 e, finalmente, 23 atletas à disposição para enfrentar Honduras, amanhã às 21h30 em Goiás.
Desta vez, a confusão teve como pivô o clube Vasco da Gama.
A tabela do octogonal decisivo do Campeonato do Rio, anunciada após a convocação, apontava um jogo do Vasco ontem à noite.
Por isso, o Vasco pressionou para não ceder seus três jogadores convocados: o goleiro Carlos Germano, o volante Leandro e o lateral-direito Bruno Cravalho.
Zagallo só soube do impasse no aeroporto do Galeão, prestes a embarcar. Na hora, cortou os três jogadores e ficou com 19. Além disso, o corte dos vascaínos provocou um problema extra: só havia sobrado um goleiro na delegação, o gremista Danrlei.
Zagallo ainda precisava encontrar outro para a posição.
A solução foi encontrada ali mesmo, no Aeroporto Internacional do Rio, no Galeão.
Em outro andar, a seleção de juniores estava se apresentando para iniciar os treinos para o Mundial de Juniores, em abril no Catar.
Zagallo foi até o saguão onde estava a equipe de juniores e chamou Fábio Noronha, do Flamengo, titular da seleção júnior. De 19, a equipe passou a 20.
Na chegada a Goiânia, Zagallo ainda lamentava o episódio: "Perdi a base do meu time. Os três eram meus titulares." Enquanto isso, no Rio, as negociações para liberar os jogadores prosseguiam.
A CBF e o Vasco acertaram, na tarde, que o Bruno e Leandro iriam atuar pelo campeonato estadual e depois viajariam para Goiânia. Zagallo só foi avisado depois de fechado o acordo. Só Carlos Germano acabou dispensado.

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