São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Proposta do governo é 'mentira', diz Vicentinho

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, disse ontem em Belo Horizonte (MG) que a proposta de livre negociação defendida pelo ministro do Trabalho, Paulo Paiva, "é mentirosa".
"Do jeito que o governo propõe (a livre negociação) é uma mentira. Achamos que só deve haver livre negociação a partir de um certo patamar de segurança. O mecanismo que propomos é o reajuste mensal automático dos salários".
Segundo ele, se não houver inflação, não há reajuste. "A partir daí, a gente topa negociar livremente, desde que o poder aquisitivo esteja protegido e o Estado deixe de apoiar os empresários".
Vicentinho também disse que o gatilho não está descartado e que ele é uma das alternativas para defender os salários.
"Admitimos o gatilho, mas ele tem um problema: se acordarmos que ele deve disparar a partir de um determinado patamar e a inflação ficar um pouco abaixo desse patamar, corremos o risco de ter prejuízo o ano inteiro", disse.
Segundo o presidente da CUT, sem um mecanismo que garanta o poder aquisitivo nem o reajuste mensal automático, os salários serão "arrochados" ainda mais.
Vicentinho disse que não concorda em classificar de "indexador" o mecanismo proposto pela CUT. "Prefiro chamá-lo de proteção de salários. O reajuste mensal não é inflacionário", afirmou.

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