São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995 |
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Russos podem lançar foguetes de Alcântara
PAULO SILVA PINTO
O presidente da Agência Espacial Russa, o engenheiro mecânico Iuri Koptev, 55, disse ontem em Brasília que este é o tempo em que seria possível preparar o lançamento de um foguete para um satélite leve, de 600 a 800 quilos. Ainda não foi acertado, porém, nenhum termo de cooperação entre os dois países. Koptev chegou ao Brasil no domingo e fica no país até sexta-feira. Visita hoje a base de Alcântara. Os interesses da agência russa no Brasil tem duas frentes. Uma delas é o uso da base da Alcântara, com posição geográfica privilegiada para lançamentos de satélites de telecomunicações que devem servir países próximos à linha do Equador. Outra é o mercado que o Brasil representa para o lançamento e desenvolvimento de foguetes espaciais e de programas de pesquisa. Por um acordo de desarmamento com os EUA, os russos devem eliminar mil foguetes de uso militar até o ano 2000. A idéia é unir a exigência de se cumprir o acordo com lucro comercial e fazer o maior número de lançamentos possível. "Isso vai possibilitar que não só governos, mas vários laboratórios e universidades façam lançamentos", disse. Ele afirma, porém, que não faz acordos diretamente com esses institutos. É indispensável a chancela dos governos. Os primeiros foguetes da Rússia com satélites estrangeiros foram lançados em fevereiro através de programas de cooperação com os EUA e Suécia. Iuri Koptev disse que a agência russa pode estudar, se houver interesse, a possibilidade de uma viagem espacial tripulada com um cosmonauta brasileiro. Mas o presidente da Agência Espacial Brasileira, Gylvan Meira, afirmou que "seria difícil justificar para a sociedade" uma experiência deste gênero. Em 1988 um jornalista japonês foi enviado ao espaço pela antiga agência espacial soviética a um custo de US$ 15 milhões. Texto Anterior: Brasilsat deve entrar em órbita Próximo Texto: Novo Brasilsat entra em órbita Índice |
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