São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Reunião do CMN define as tendências

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado aguarda hoje a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) para definir tendências. A expectativa é de que as medidas diminuam o consumo interno e aumentem as exportações.
As Bolsas estão "andando de lado" (sem definição). A notícia de que o leilão de privatização da Escelsa —previsto para o próximo dia 10 de maio— deverá ser adiado teve impacto negativo.
A perspectiva de que o CMN aprove um pacote de restrições ao consumo com novo arrocho ao crédito também provocou baixa nas Bolsas. O índice da Bolsa paulista recuou 3,4% e o do Rio (Senn) caiu 3,6%.
No mercado de renda fixa, o Banco Central realizou leilão de BBCs (Bônus do Banco Central) e colocou todos os papéis de 35 dias emitidos e com taxa do over média de 7,10% ao mês.
O governo anunciou ontem megaleilões de títulos públicos na próxima sexta-feira com o objetivo de tirar dinheiro de circulação. Serão emitidas NTNs (Notas do Tesouro Nacional) de três, quatro e 24 meses indexadas à correção cambial. Haverá colocação de NTNs corrigidas pela Taxa Referencial de 91 dias; Letras do Tesouro de 30 e 61 dias e Letras Financeiras do Tesouro de 366 dias.
No mercado cambial, o Banco Central não atuou e as cotações tiveram alta para até R$ 0,913 no período da manhã, recuando à tarde para R$ 0,911. As saídas financeiras para o exterior estão superando as entradas em US$ 4,04 bilhões este mês até o dia 27. O saldo comercial está positivo em US$ 170,98 milhões. Desde o último dia 21, o fechamento do câmbio de importações está, porém, superando o de exportações.
Homero Amaral Junior, presidente da Associação Nacional das Corretoras de Valores, diz que a idéia do governo de colocar ações do Banespa no mercado é "um escândalo", pois o dinheiro vai continuar a financiar "uma máquina arcaica". Para ele, o mercado quer mesmo é a privatização do banco estadual.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,172%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 6,01% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 6,08% ao mês, projetando 4,37% no mês.

As cadernetas que vencem dia 1 rendem 2,8112%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 48% e 82% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 14,9% a 15,1% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,33% ao mês, projetando rentabilidade de 5,34% no mês. Para 30 dias (capital de giro): de 100% a 165% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%. Libor: 6,38%

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,4%, fechando com 32.557 pontos e volume financeiro de R$ 295,90 milhões. Rio: queda de 3,6%, encerrando a 15.266 pontos e movimentando R$ 21,15 milhões.

Bolsas no exterior
Em Londres, o índice Financial Times encerrou a 2.395,90 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.681,73 pontos.

DÓLAR E OURO

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,909 (compra) e R$ 0,911 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,908 (compra) e R$ 0,910 (venda). "Black": R$ 0,910 (compra) e R$ 0,920 (venda). "Black" cabo: R$ 0,920 (compra) e R$ 0,925 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,885 (compra) e R$ 0,925 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,98%, fechando a R$ 11,28 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês até o último dia 27 é positivo em US$ 170,98 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 4,045 bilhões. O saldo total (comercial e financeiro) está negativo no mesmo período em US$ 3,874 bilhões.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6005. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3995 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 89,37 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 383,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 4,45% e para abril a 4,70% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 32.400 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,911 e a R$ 0,940 para abril.

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