São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995 |
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Falta de peças afeta produção de montadoras
ARTHUR PEREIRA FILHO
Na Volks, o modelo mais atingido pela interrupção no fornecimento de componentes é o Gol. A montadora vai colocar no mercado em março apenas 19 mil unidades do modelo, 6.000 a menos do que o previsto. "Foi um mês terrível", afirma Luiz Muraca, diretor de Planejamento e Marketing da montadora. Muraca não soube dizer quais os itens que estariam comprometendo mais a produção. "A falta de peças é generalizada", afirmou. Na Ford, 1.648 carros permaneciam incompletos no pátio da fábrica de São Bernardo ontem à tarde, à espera de componentes, segundo a assessoria de imprensa. Faltam tapetes e revestimentos, capas de banco, vidros e caixas de ventilação. Os fornecedores, segundo a Ford, responsabilizam a falta de matéria-prima pelo atraso nas encomendas. No caso dos vidros, o problema é o esgotamento da capacidade de produção da fábrica, a Santa Marina. A General Motors informou, através da assessoria de imprensa, que a sua produção não foi afetada, mas também enfrenta problemas no fornecimento de autopeças. Na fábrica da Fiat, em Betim (MG), a produção é normal, segundo a assessoria de imprensa. Reajuste Paulo Butori, presidente do Sindipeças (entidade que reúne a indústria de autopeças), diz que o setor necessita de reajuste médio de 15% nos preços. "Os fornecedores reajustam os preços da matéria-prima todo mês. Mas a montadora se recusa a pagar mais pela autopeça", diz. Ele dá como exemplo o preço do aço, que aumentou 30% desde novembro. Butori admite que algumas empresas possam estar deixando de entregar peças para pressionar as montadoras. "Mas essa prática não é generalizada", afirma. Segundo ele, muitos fabricantes de autopeças reduzem a produção por falta de recursos para comprar a matéria-prima. Texto Anterior: Trinta mil lojas fecharam em 95 na Argentina Próximo Texto: Montadora promete investir US$ 2,5 bilhões Índice |
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