São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Ex-assessor faz apelo para apuração do caso

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Wagner Cinchetto, ex-assessor do presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, fez ontem um apelo para que as denúncias realizadas por ele e publicadas com exclusividade pela Folha na semana passada sejam apuradas.
"O que falei é só a ponta de um iceberg que envolve muito mais gente", afirmou.
"Faço apelo à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e gostaria muito que o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, acompanhasse com carinho essas denúncias."
Segundo Cinchetto, "as denúncias têm a ver com as dificuldades que os trabalhadores têm. Muitos deles não podem comer mas têm que pagar o imposto sindical para financiar essa estrutura e manter essa corrupção no meio dos sindicatos."
Cinchetto negou haver interesses de alguma corporação por trás das denúncias, como afirmou Medeiros. "Se existe alguém por trás dessas denúncias é a minha consciência", disse.
Na semana passada, Cinchetto afirmou que Medeiros montou um esquema paralelo a partir de 90 para viabilizar o funcionamento da Força Sindical.
Foram criados dois institutos —o Ibes e o Ibrades— por intermédio dos quais Medeiros teria arrecadado US$ 2 milhões com a ajuda do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Os recursos, segundo Cinchetto, iam para uma conta secreta no exterior. Havia um caixa dois e um guarda-livros.
Medeiros, Cinchetto e Marcos Cará, presidente do Ibes, tiravam US$ 3 mil por mês da conta do Ibes para gastos pessoais.
Medeiros confirma a arrecadação junto a empresários, mas nega a ajuda de Collor. Diz desconhecer o guarda-livros, o caixa dois e a conta no exterior.
Medeiros afirma que Cinchetto fazia chantagem com ele. Segundo Medeiros, ele só usava recursos do Ibes a trabalho.

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