São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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HORA A HORA

SEXTA-FEIRA - 24/3
14h - um preso armado com estilete rende um funcionário do presídio e consegue as chaves que dão acesso aos pavilhões 2 e 3.
15h - os presos vão para o pátio com três reféns.
15h30 - começam as negociações. Presos reivindicam aumento no horário de visitas.
2h30 - termina a rebelião. Acordo muda horário de visita das 8h às 16h para das 7h30 às 16h30.
DOMINGO - 26/3
7h30 - começa o novo horário de visitas.
15h - nova rebelião. Os presos fazem 37 reféns, entre funcionários e parentes.
15h30 - cerca de 700 presos dominam três pavilhões e sobem nas torres.
22h45 - o juiz-corregedor dos Presídio no Estado, Ivo de Almeida, chega a Tremembé.
SEGUNDA-FEIRA - 27/3
7h - polícia e presos retomam as negociações.
7h30 - presos começam a jogar bilhetes para os parentes.
16h - rebelados pedem a presença do arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns.
22h - negociações são suspensas novamente.
TERÇA-FEIRA - 27/3
11h50 - recomeçam as negociações. Chegam os atiradores do Gate.
19h - presos entregam documento pedindo a transferência de 12 presos da Casa de Custódia para outros presídios. Caso não sejam atendidos, ameaçam jogar um refém por hora enrolado em um colchão em chamas.
QUARTA-FEIRA - 28/3
2h - os presos jogam uma carta que teria sido escrita pela enfermeira Aydé Aparecida de Souza avisando que já estavam definidos os nomes dos primeiros reféns a serem mortos e que o sangue começava a escorrer dentro do presídio.
3h - o preso Hélcio Carlos Arcanjo joga uma carta afirmando que os presos estão dispostos a ir até o fim se o batalhão de elite invadir o presídio.
5h - chega o caminhão com o café da manhã dos funcionários que estão dentro do presídio.
5h15 - entra a primeira ambulância no presídio.
5h30 - chega o secretário-adjunto de Assuntos Penitenciários, Antônio Ferreira Pinto, e o comandante regional da Polícia Militar, Gilberto de Carvalho.
5h45 - chegam quatro carros de bombeiros e quatro carros da Polícia Militar. O juiz-corregedor dos Presídios do Estado, Ivo de Almeida, entra no presídio escondendo o rosto da imprensa.
6h - começam a chegar mais carros da PM de cinco em cinco minutos. Outros PMs chegam de ônibus ou moto.
8h - chegam três Centrurions, caminhões, dois camburões com atiradores de elite do Gate e carros da tropa de choque da PM.
8h30 - representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana informam que os presos têm meia hora para descer às celas e soltar os reféns para evitar a invasão da PM.
9h - os presos permanecem sobre a caixa d'água do presídio e a PM invade o local.
9h10 - os presos passam a berrar "eles estão entrando" e descem correndo para os pavilhões.
9h15 - PMs entram no presídio. Parentes dos presos passam a rezar em círculo e a gritar para que eles se entreguem.
9h45 - os presos erguem uma faixa avisando que querem negociar.
16h30 - o assessor de imprensa da secretaria, Dermi Azevedo, informa que os presos abdicaram das exigências de desativação da Casa de Custódia e de transfência de 12 presos da Custódia e formalizaram um documento concordando com a remoção de 20 detentos de Tremembé para outros presídios.
17h50 - o secretário da Administração Penitenciária, Belisário Santos Júnior, informa que os presos entregariam os reféns caso os 20 presos fossem transferidos. Os presos exigem deixar o presídio às 8h de hoje.
18h - dois reféns são liberados pelos presos e seguem de ambulância para o hospital de Taubaté, em estado de choque.
18h05 - tropas do Pelotão de Choque deixam o presídio.

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