São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Ministro pede uma proposta a deputados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Paulo Paiva (Trabalho) pediu ontem aos integrantes da Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados para apresentarem ao governo, dentro de 20 dias, uma proposta de política salarial.
A informação é do deputado Paulo Paim (PT—RS), que ontem se reuniu com Paiva.
"Nós temos interesse num mecanismo de proteção dos salários e o reajuste pela inflação futura pode ser discutido", afirmou Paim.
"Estamos preocupados com os trabalhadores desorganizados e não com as categorias
organizadas", afirmou o deputado Jair Menegelli (PT-SP), ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O deputado Wigberto Tartuce (PP-DF), presidente da Comissão do Trabalho, disse que pretende conversar com representantes dos empresários e das centrais sindicais sobre o assunto.
Segundo ele, o objetivo dos deputados é elaborar uma proposta que depois não seja vetada.
Paim é o relator na Comissão do Trabalho do projeto de lei enviado pelo governo que aumenta o salário mínimo para R$ 100 a partir de maio.
Sua intenção é incluir a proposta de política salarial neste projeto, que deve sofrer alterações na Câmara dos Deputados.
Já existem 17 propostas de política salarial apresentadas por deputados. São sugeridos reajustes mensais, trimestrais, anuais e até reposição pela inflação prefixada para o futuro.
"Estamos atrás de alternativas para evitar a reindexação (reajuste automático) pela inflação passada", disse Tartuce.
Também foi discutido com Paiva a elevação do salário mínimo para R$ 100.
Paim quer elevar o mínimo para R$ 105,70 a partir de maio e adotar, depois, uma política de reajustes graduais para chegar a R$ 180 em maio de 1996. Sua intenção é votar o projeto antes de maio.
A Folha apurou que o governo não pretende definir qualquer política salarial nos próximos dois meses. Mesmo assim, está preocupado com a volta de mecanismo de reajustes automáticos pela inflação passada a partir de julho, quando os trabalhadores não terão mais reposição automática do IPC-r.
Desde que a polêmica dos salários voltou à tona, as propostas do governo não ficaram claras.
Falou-se em propor reajustes obrigatórios com apenas uma parte da inflação passada e, ao mesmo tempo, eliminar qualquer indexação.

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