São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995
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Senador de esquerda ataca acordo entre Lula e Brizola

Senador também ataca presidente Fernando Henrique

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Roberto Freire (PPS-PE) disse ontem que a iniciativa do ex-governador do Rio Leonel Brizola (PDT) e do presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de formar uma frente de oposição às reformas "é um grave equívoco político e incentiva concepções golpistas".
Em sua estréia na tribuna do Senado, Freire classificou de "conservadora" a postura dos partidos de esquerda que se opõem à reforma sem propor alternativas.
O senador disse ainda que o PPS não vai participar de "nenhum bloco sistemático de oposição ao governo".
Freire, presidente do PPS -ex-PCB (Partido Comunista Brasileiro)-, acha que a "sociedade já se decidiu pelas reformas" e, por isso, os partidos de esquerda não podem impedi-las.
"Não posso ficar tranquilo vendo a esquerda defendendo o status quo", disse.
A expressão, de origem latina, significa manter algo na situação em que está, sem alterações. "Manter o status quo", na linguagem política, traduz uma postura conservadora.
No discurso, o senador do PPS criticou o comportamento do presidente Fernando Henrique Cardoso em relação às manifestações de oposição que vem enfrentando.
Freire lembrou que o candidato FHC mantinha diálogo com adversários e que, no governo, "partiu para o confronto".
Freire defendeu que o governo retire do Congresso sua proposta de emenda constitucional sobre a Previdência Social porque foi "mal-elaborada" e precisa ser mais bem-discutida.
O senador não conseguiu ler todo o discurso de 31 páginas que preparou para sua estréia, tantos foram os apartes pedidos pelos colegas.
Ex-líder do governo Itamar Franco no Congresso, o senador defendeu que o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) volte a ser cobrado e de forma permanente.

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