São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995 |
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Mãe engravida em SC para salvar filho com leucemia
SILVIA QUEVEDO
Juliano recebeu do irmão, Rodolfo, 2, a medula óssea que o curou. A leucemia foi diagnosticada em 1991, depois que o garoto se machucou em um jogo de futebol. "Ele não sentia nada, mas ficou 15 dias com febre de 39ºC. Ficamos aflitos até descobrir o que era. E foi mais difícil depois, porque sabíamos que ele poderia morrer", contou Margarida. Descoberta a doença, pais e médicos tentaram encontrar um doador compatível. Segundo a médica Mirna Íris Zilli, 34, que até hoje acompanha Juliano, a possibilidade de encontrar um doador era remotíssima. "Preocupei-me pois sabia que Juliano tinha sobrevida de apenas cinco anos. Ao mesmo tempo, sabia que com um parente seria mais fácil por causa do código genético. Nesses casos, é preciso haver genes em comum", disse Mirna. Exames feitos com os pais e o segundo filho do casal, Eugênio, deram resultados negativos. A idéia de um bebê partiu da médica. "Depois de um ano de especialização na Inglaterra, onde via muitos transplantes, achei que era a melhor solução", contou. "Foi uma via-sacra", disse o pai de Juliano, Otávio Fontana, 43, técnico em pecuária em Cocal do Sul (224 km de Florianópolis). "Os médicos nos diziam que a chance de o bebê ser compatível era de 25%." Após nove anos sem filhos, Margarida teve então seu terceiro filho, Rodolfo. O teste no garoto deu positivo e o transplante foi realizado em novembro passado em Curitiba (PR). Mirna diz que Rodolfo está "perfeitamente bem". Curado da leucemia, Juliano está há um mês em casa e ainda faz controle semanal com a médica. Como não pode fazer maiores esforços maior, passa os dias vendo TV. "Estou bem, acho que nasci de novo", afirmou. Texto Anterior: Campanha previne acidente com crianças Próximo Texto: Risco não desanimou Margarida Índice |
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