São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995
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Classe média é prejudicada

DA REPORTAGEM LOCAL

A classe média está sendo considerada o segmento que mais perdeu com a restrição às importações.
Institutos que calculam a inflação em São Paulo acreditam que haverá aumentos nos produtos nacionais similares aos estrangeiros que tiveram aumento em suas alíquotas.
A inflação da classe média poderá subir até um ponto percentual (de 2% para 3%, por exemplo) caso os eletroeletrônicos nacionais aumentem 15% -o que é considerado factível e esperado.
A inflação deve subir pelo fato de os produtos eletroeletrônicos terem um peso relativo alto nos índices da inflação da classe média -como o da Ordem dos Economistas do Estado de SP, que compreende famílias com renda entre 10 e 40 salários mínimos.
"Com o fim da competição com os importados, as pressões salariais e de custos nas empresas devem ser repassadas agora aos preços dos eletroeletrônicos nacionais", acredita Peter Greiner, economista da Ordem.
No caso da classe média, estes produtos têm peso superior a 6% no índice calculado pela Ordem.
Heron do Carmo, coordenador-adjunto da Fipe, que calcula inflação para famílias com renda entre 1 e 20 salários mínimos (mais pobres que as da classe média) afirma que o impacto das medidas será mínimo em seu indicador de preços.
"O impacto vai recair sobre a classe média", diz.
O peso relativo dos eletroeletrônicos e produtos de som e imagem no índice da Fipe é muito pequeno.
Por isso, o índice geral não deve subir quando estiverem incorporados possíveis aumentos nos preços dos produtos nacionais.
"O governo abriu espaço para os setores nacionais compensarem nos preços pressões que vinham tendo em seus custos. Mas estes aumentos vão refletir-se apenas marginalmente no índice da Fipe", diz Carmo.
No caso dos automóveis, o peso dos importados é considerado irrelevante pelos dois institutos.

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