São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Segurança é ponto crítico do governo

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A segurança pública é um ponto crítico da administração Covas. Além dos elevados índices de mortes causadas pela polícia, o governo promoveu um policial envolvido no massacre do Carandiru.
O secretário de Segurança, José Afonso da Silva, nomeou o tenente-coronel Armando Rafael Araújo para o comando do Regimento de Cavalaria 9 de Julho, uma tropa de elite da PM paulista.
Araújo é um dos 120 policiais denunciados pela chacina no presídio do Carandiru, em 1992, quando 111 presos foram assassinados. Na época, era subcomandante de uma tropa que invadiu o presídio.
Outra decisão polêmica de Silva foi a indicação do delegado Expedito Marques Pereira para o Departamento de Prevenção a Crimes Contra o Patrimônio. Ele é acusado de ter protegido investigadores acusados da prática de crime.
O secretário de Segurança sai em defesa de Araújo e Pereira. Segundo ele, Araújo "não participou" do massacre do Carandiru.
Ele promete apertar o cerco aos policiais violentos para reduzir o índice de assassinatos.
Silva está preocupado com a média de 68 assassinatos por mês registrada no início do governo Covas. "A orientação não é essa. A polícia não foi feita para matar". Pretende submeter a PM a uma avaliação psicológica.
Outro foco de preocupação na área de segurança é a sequência de rebeliões ocorridas nos presídios paulistas. Sete motins com reféns já foram deflagrados.
O governo tem vivido momentos de tensão. Teme a repetição de rebeliões em que a invasão de presídios pela polícia provocou vítimas. Covas tem dado ordens para que a invasão só ocorra quando houver riscos efetivos de vida para os reféns. Até agora, não houve mortes.
(EN)

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