São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Gravidez tardia pode estar ligada à endometriose

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O número de mulheres com endometriose tem aumentado sensivelmente nas últimas décadas.
Os especialistas não sabem dizer se esse aumento está relacionado com a maior facilidade de diagnóstico (laparoscopia) ou com as mudanças que aconteceram nos hábitos de vida das mulheres. Hoje, a maior parte delas engravida mais tarde, tem poucos filhos e amamenta por menos tempo.
Com isso, elas têm mais ciclos menstruais durante a vida, ficando mais expostas ao sangue na cavidade abdominal -o que, em tese, aumenta a chance de ter a doença.
Há vinte ou trinta anos, as mulheres engravidavam mais cedo, tinham muitos filhos e amamentavam por longos períodos. Essas situações "protegeriam" a mulher da menstruação e dos possíveis sangramentos retrógrados.

Laparoscopia
A laparoscopia é o melhor método para dar o diagnóstico definitivo e iniciar o tratamento da endometriose. Através de um pequeno orifício na região do umbigo, é introduzido um aparelho dotado de foco de luz e de sistema ótico.
O aparelho pode ser acoplado a uma pequena câmara que permite captar e transmitir as imagens do procedimento. Gás carbônico é introduzido na cavidade para afastar os órgãos e possibilitar uma melhor visualização. A mulher está o tempo todo sob anestesia geral.
Quando há lesões nítidas, o médico pode iniciar a cauterização dos focos da doença. Através da laparoscopia, as cicatrizes -que comprometem a fertilidade, causam dores crônicas- também podem ser eliminadas.
Outros métodos auxiliam no diagnóstico. Lesões maiores podem ser identificadas através de um ultra-som pélvico. Níveis aumentados de marcadores tumorais como o Ca-125 (detectado em exames de sangue) também sugerem que a mulher pode estar com endometriose.
O tratamento pode ser feito com drogas que bloqueiam o eixo hormonal e impedem a proliferação dos focos da endometriose.(JB)

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