São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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TVs por assinatura contratam 20 mil

JOSÉ VICENTE BERNARDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 04/04/95
As fotos da capa do caderno de Empregos da edição de domingo último saíram com legendas e créditos trocados. Onde se lê Altamirando da Paz Ferreira, leia-se Carlos Donatelli e vice-versa; onde se lê Luiz Carlos Marauskas/Folha Imagem, leia-se Cesar Itiberê/Folha Imagem e vice-versa.
Mais de 20 mil empregos devem ser criados este ano com o crescimento das redes de TV por assinatura -sistema de transmissão de sinais por cabo, satélite ou microondas (sinais codificados).
A estimativa é da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) e baseia-se no aumento dos assinantes: 134 mil, em 93; 241 mil, em 94, e uma previsão de 466 mil até o final do ano.
Estudo da consultoria Communication Concepts do Brasil avalia que o Brasil é um dos maiores mercados potenciais do mundo.
Quase 6 milhões de assinantes devem aderir ao sistema nos próximos cinco anos. A Argentina, por exemplo, que tem uma população cinco vezes menor, já conta com 4,8 milhões de assinantes.
Outro fator que reforça as perspectivas de expansão do setor foi a aprovação, em dezembro de 94, da nova legislação de concessões.
As 110 concessões atuais foram feitas entre 90 e 91. Não houve nenhuma outra nos três anos seguintes, durante a elaboração da lei.
Nas operadoras (empresas que levam os canais até o consumidor), o aumento do número de assinantes cria oportunidades para engenheiros e técnicos eletrônicos e de telecomunicações, profissionais de informática, de atendimento ao cliente e de telemarketing.
Os engenheiros têm a função de projetar e viabilizar a expansão das redes. Os técnicos são responsáveis pela instalação e manutenção dos equipamentos (veja oportunidades no quadro abaixo).
"Há poucos profissionais especializados no país. E, como vendemos um produto de entretenimento, também precisamos de pessoas atentas à satisfação do cliente", afirma Ângelo Longuini, 39, diretor de recursos humanos da TVA.
Outro requisito importante para o setor é o domínio do inglês, já que a maioria dos equipamentos, manuais e livros vem dos EUA.
Por outro lado, a retomada das concessões abre espaço para profissionais ligados à produção de programas para a TV -técnicos, câmeras, produtores, diretores, roteiristas, atores, apresentadores e dubladores, entre outros.
"A nova lei vai permitir que se coloque vários canais à disposição da comunidade a um custo muito baixo", diz Adalberto Vianna, 32, diretor de marketing da Net-Brasil.
"Por ser uma atividade nova no país, temos uma carência enorme de mão-de-obra especializada", diz Walter Longo, 44, presidente da ABTA e diretor-superintendente da TVA. A rede opera em São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba (PR), Belém (PA) e Goiânia (GO).
Segundo Longo, cerca de 20 mil pessoas trabalham direta ou indiretamente nas três grandes redes operadoras do país -TVA, NET e Multicanal. "Isso sem contar as fábricas de cabos e antenas", diz.
"Essa nova indústria está engatinhando. Num país do tamanho do nosso, isso é uma gota no oceano", diz Alexandre Annenberg, 56, superintendente da NET-SP e presidente do Sindicato Nacional das Empresas Operadoras de Sistemas de TV por Assinatura.
"O crescimento começou a acelerar em agosto do ano passado. Naquela época, tínhamos 30 equipes de instaladores. Em janeiro deste ano, já eram 150 equipes", diz Ângelo Longuini, da TVA.
Um técnico que passar pelo processo de seleção da Multicanal -que inclui treinamento com supervisão de uma empresa dos EUA- vai receber um salário entre R$ 500 e R$ 1.000 mensais.
O rendimento médio de engenheiros nas três grandes redes é de R$ 3.500. Chefes e gerentes ganham entre R$ 4.000 e R$ 5.000.

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