São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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O real crescimento do setor concreteiro e imobiliário

GERSON SALVADOR PAPA

Nos últimos cinco anos, a construção civil vem sendo vitimada pelas oscilações drásticas da economia, paralisação das obras públicas, antinomia de mercado, caracterizado de um lado, por uma explosão demográfica, que elevou brutalmente a população urbana e, por outro, pelo déficit habitacional.
O conformismo estrutural também representou um agente bloqueador do desenvolvimento e crescimento do setor.
Um segmento que atingiu a marca dos 10 milhões de m3 de concreto há seis anos atrás, fechou 1994 com algo em torno de 7,5 milhões de m3. Graças ao real, que aparentemente estabilizou a economia, 1995 sinaliza um crescimento de 15% do setor imobiliário paulista, o que também significa perspectivas de reação dos mercados afins, como concreteiras, cimenteiras, indústria de materiais para construção em geral e, certamente mão-de-obra.
A construção de um prédio residencial de três dormitórios pode gerar cerca de 2.000 empregos.
É preciso abandonar a estagnação e acelerar o processo da construção interrompida de um Brasil que repousa em berço esplêndido com a recuperação da economia e de sua dignidade.
Ao setor concreteiro cabe reacomodar forças para enfrentar o emergente mercado imobiliário, embora possa haver uma desaceleração da demanda, em virtude das novas medidas governamentais anticonsumo.
Tais medidas, entretanto, podem motivar uma queda de preços dos materiais utilizados na construção civil, o que, de qualquer forma, beneficia o setor como um todo.
O ano de 1994 reinou sob o estigma da instabilidade de suas moedas, sob o pêndulo das oscilações de seus índices e sob o irreal valor de sua unidade monetária.
Porém, sob a égide de sua majestade o real, nasceu 1995 e com ele a soberana perspectiva de retomada de seus dividendos.
A difusão do progresso no mercado imobiliário sinaliza um estado de apogeu, que vem gerando negócios interessantes na comercialização de imóveis.
O setor já tem indícios de crescimento e a indústria da construção pode gerar novos empregos, uma vez que as construtoras pretendem aumenta seus faturamentos na ordem de 30%.
O Mercosul também representa um novo nicho de mercado para a internacionalização do setor, com consequente assimilação de novas técnicas e tecnologias, além de abrir caminhos para a competitividade, produtividade e qualidade padrão mundial.
Sem dúvida nenhuma, ao Brasil cabe o privilégio de superar a barreira do subdesenvolvimento, competindo acirradamente no mercado global, rompendo o bloqueio do crescimento em todas as áreas da construção civil.
Vias de rolamento podem representar outro mercado eminentemente promissor, quando se seguir a cultura do pavimento rígido, a exemplo dos países de Primeiro Mundo.
O setor atravessa um processo de modernização, informatização, pesquisa tecnológica e internacionalização, visando produtividade, competitividade e qualidade.
É importante que os efeitos da sinergia provocada pela integração das concreteiras, quanto à ética, postura mercadológica e qualidade dos serviços reflitam resultados positivos para o setor como um todo, empreendendo melhorias no plano social do país.
O espírito corporativo deve se exacerbar e caminhar para o crescimento das atividades econômicas e investimentos no empenho da não-interrupção da construção no Brasil.

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