São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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'Efeito tartaruga' pode combater derrames

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A velocidade da atividade cerebral das tartarugas podem levar a drogas contra derrames.
Cientistas do Instituto de Pesquisas Servier, de Paris, anunciaram ontem no congresso da Sociedade Bioquímica Britânica, realizado em Londres, terem descoberto como as tartarugas reduzem a sua atividade cerebral para economizar oxigênio, enquanto elas estão com a respiração presa.
Segundo eles, drogas que simulem em seres humanos o "efeito tartaruga -como está sendo chamada essa capacidade- já estão sendo desenvolvidas.
Esses medicamentos poderiam salvar vítimas de derrames cerebrais, cujo cérebro é privado de oxigênio pela interrupção do suprimento de sangue, normalmente quando um coágulo sanguíneo bloqueia uma artéria.
Isso eleva a concentração de sódio e cálcio, que mata rapidamente as células cerebrais.
"Este é um mecanismo de proteção que parece particularmente promissor porque nós já sabemos que funciona em animais, diz Michael Spedding, membro da equipe francesa.
Ele acrescentou que drogas já existentes contra epilepsia que bloqueiam sódio já foram testadas em pacientes de derrames com resultados positivos.
"Resultado ainda mais encorajadores foram obtidos pelo uso de drogas que inibem os canais de sódio e cálcio. Em modelos animais, esses agentes conseguiram reduzir os efeitos do derrame em 50%, disse Spedding.
O cientista acredita que essas drogas revolucionarão o tratamento de derrames, porque atualmente não existe um remédio que possa ser usado depois do derrame para reduzir seus danos.
"Entretanto, é importante administrá-las nas primeiras horas depois do derrame, diz Spedding.
Crocodilos
Outro trabalho, divulgado em janeiro passado, mostrava como crocodilos permanecem tanto tempo debaixo da água.
Segundo os cientistas japoneses e britânicos envolvidos, quando estes animais prendem a respiração, seu sangue se enche de íons bicarbonato, um produto da respiração.
Isso faz com que sua hemoglobina (molécula que carrega oxigênio) libere mais oxigênio que a hemoglobina humana para seus tecidos, por exemplo.

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