São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa de seguro não participará

DA REPORTAGEM LOCAL

O PAS já foi chamado por Maluf de "plano de saúde do pobre". Pelo projeto, cada morador será obrigado a se cadastrar no posto de saúde de seu bairro para ter direito a uma carteirinha.
Através desse documento, o morador poderá fazer consultas e exames. Ele será atendido, gratuitamente, por um médico ligado a uma cooperativa.
A prefeitura pagará à cooperativa um fixo por mês por pessoa cadastrada (R$ 10) -se o número de atendimentos for baixo, os médicos lucram mais e vice-versa, como em um sistema de seguros.
Segundo o secretário Getulio Hanashiro, empresas de seguro de saúde não poderão participar das cooperativas de médicos. Os prédios e equipamentos continuam sendo da prefeitura.
Hanashiro diz que os médicos que se recusarem a participar do PAS serão transferidos para outras unidades da secretaria onde não serão criadas cooperativas.
Os médicos interessados em participar do PAS terão que ser aprovados em concurso.
Hanashiro garante que, em casos de emergência, o hospital ou posto de saúde fará o atendimento, mesmo que o paciente não seja cadastrado nem more no bairro.
"A conta pelo atendimento de emergência será paga pelo governo federal, que repassa verbas para o município através do Sistema Único de Saúde", disse.
Se o paciente atendido em urgência for cadastrado em outra região de saúde da cidade, a conta será transferida para ela.
O projeto da prefeitura está sendo criticado pelas principais entidades médica do país, como o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira.
Em janeiro, o ministro Adib Jatene classificou o PAS de "uma experiência sem projeto definido".
O promotor Wallace Paiva, do Ministério Público Estadual, está investigando a legalidade do PAS. Ele pediu à prefeitura que responda um questionário sobre supostas irregularidades (veja quadro).

Texto Anterior: Maluf decreta seu plano de saúde
Próximo Texto: Médicos protestam contra plano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.