São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995 |
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Três são mortos na zona norte de SP
DA REPORTAGEM LOCAL Três rapazes foram assassinados ontem de madrugada na Vila Brasilândia (zona norte de SP). A polícia suspeita de que o crime tenha ligação com o tráfico de cocaína.Os três foram mortos na entrada da favela de Vila Penteado, conhecida na região como "Favela do Pó", por ser um ponto de venda de cocaína. Os assassinos fugiram. Os vizinhos afirmam ter ouvido mais de 40 disparos, que duraram cerca de oito minutos. Eles disseram ainda ter visto um Gol cinza rondando o bairro durante a última semana. Dentro do carro estariam quatro homens encapuzados. O delegado Ricardo Maluly, do DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa), não confirma a hipótese. "Ainda é cedo para qualquer avaliação", afirmou. Um dos mortos, Sérgio Silva Madalena, 20, já tinha três passagens pela polícia por roubo de carros. Respondia aos processos em liberdade condicional. Segundo a família de outro dos mortos, Edson Alexandre Costa, 24, ele não tinha passagens pela polícia e não tinha envolvimento com drogas. O terceiro morto ainda não havia sido identificado até as 18h30 de ontem. "Uma vez ele me disse que estava endividado e que estava sendo cobrado e ameaçado, mas eu achei que o problema já tinha sido resolvido, porque ultimamente ele não comentava mais nada", afirma. Emerson confirmou que o irmão usava drogas. "Ele cheirava cocaína, mas dizia sempre que ia parar. Ontem (anteontem) ele saiu de casa dizendo para minha mãe não se preocupar, porque ele já tinha parado", afirmou. Segundo Emerson, seu irmão não costumava sair muito à noite, por estar em liberdade condicional. "Ele não podia andar na rua após as 22h, sob pena de ser preso", afirmou. Sérgio foi o mais atingido dos três. Ele levou cerca de dez tiros, distribuídos por todo o corpo. A irmã de criação de Edson, Adriana Manoel, 25, disse que ele nunca reclamou de nenhuma ameaça. "Ele não falava muito sobre sua vida particular", afirmou. Edson trabalhava como auxiliar de escritório. Segundo Adriana, Edson tinha dois filhos pequenos com uma namorada, com quem pretendia se casar. "Ele nunca bebeu ou fumou, acho que ele não ia se envolver com drogas, tendo uma família para criar", disse. Segundo o delegado Maluly, as pistas devem aparecer somente nos próximos dias, após os depoimentos dos parentes das vítimas e das testemunhas do crime. Texto Anterior: Polícia visita suposto sítio de tortura Próximo Texto: Chacina é 2ª em dois meses Índice |
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