São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Funcionários estaduais ameaçam parar 2ª

DA REPORTAGEM LOCAL

Funcionários estaduais da Saúde podem entrar em greve na próxima segunda-feira se o governo não atender reivindicações que a categoria vem fazendo. O Sindsaúde -sindicato que reúne os 74 mil trabalhadores públicos da Saúde no Estado- está pedindo a recuperação de parte das perdas dos últimos três anos, estimadas entre 133% e 197%.
Representantes do Sindsaúde estiveram reunidos ontem por duas horas com o secretário-adjunto da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Ao final, os sindicalistas informaram que o governo mantinha a mesma posição anunciada no último dia 15 de março. Ou seja, uma gratificação que varia de R$ 21,00 a R$ 52,00
"A proposta já tinha sido rejeitada em assembléia da categoria", disse Duvanier Paiva Ferreira, vice-presidente do Sindsaúde. Uma nova reunião entre sindicalistas e a Secretaria da Saúde ficou marcada para esta sexta-feira, às 18h.
"Se o governo não rever sua posição, nem acenar com um canal de diálogo, a greve da segunda-feira será mantida", disse Ferreira.
Na manhã da segunda-feira, o sindicato realizará assembléias regionais em todo o Estado.
Na terça-feira, às 10h, uma assembléia estadual definirá a manutenção ou não da greve.
Barradas disse que ainda hoje o secretário José da Silva Guedes irá ao Palácio dos Bandeirantes tratar do assunto.
"O governo poderá atender algumas reivindicações, mas não acredito que possa melhorar sua proposta salarial", disse Barradas.
Segundo ele, a oferta feita pelo Estado significa um acréscimo de R$ 3 milhões numa folha de pagamento de R$ 27 milhões. "O governo reconhece que os salários estão baixos, mas no momento é o máximo que pode fazer."
O vice-presidente do Sindsaúde disse que a categoria "não quer radicalizar". "Os trabalhadores estão conscientes das dificuldades financeiras do Estado, mas esperam um gesto de boa vontade."
Na reunião de ontem, o Sindsaúde apresentou uma "proposta de emergência", reivindicando um piso de três salários mínimos -ou R$ 210,00- e a definição de uma data-base para 1996. Querem também que o vale-refeição passe de R$ 2,00 para R$ 6,00.

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