São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Câmbio positivo faz Bolsa subir 8%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O resultado global de entradas e saídas financeiras e comercial (exportação menos importação) no primeiro dia útil (3) de abril foi positivo em US$ 36,21 milhões.
É a primeira vez desde o último dia 3 de março e depois da desvalorização do real que ocorre saldo positivo nas operações de câmbio.
O mercado acionário reagiu com otimismo. O índice Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou com alta de 8%, seguido pelo indicador Senn (Rio) com valorização de 6,3%.
Os preços das ações da Petrobrás PN registraram as maiores altas no índice Bovespa com evolução de 14,1%. A Petrobrás anunciou em Natal que bateu em março o recorde de extração média mensal de petróleo no Rio Grande do Norte e Ceará.
Os corretores observam também que a Bolsa subiu por causa da proximidade do vencimento do mercado de opções (contratos que dão direito à compra ou a venda de papéis a preços previamente fixados) no dia 17.
No mercado de renda fixa, o governo realizou também leilão de Notas do Tesouro Nacional com prazo de 91 dias e juro médio de 12,10% ao ano mais variação da Taxa Referencial. Outro leilão que retirou dinheiro de circulação foi o de Bônus do Banco Central com taxa de over de 6,89% ao mês.
O presidente interino da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), José Afonso Sancho, diz que há preocupação no setor quanto aos estudos do Banco Central para eventual aperto ainda maior nos empréstimos com elevação dos depósitos compulsórios de dinheiro dos bancos junto ao Banco Central.
Para o banqueiro, os depósitos compulsórios dos bancos no Banco Central já são excessivos. Segundo ele, não haverá necessidade de aperto no crédito, pois a procura por empréstimos nos bancos já está se reduzindo com a queda nas vendas das empresas.
Sancho diz que o aumento nas alíquotas de produtos importados deve diminuir a sangria de divisas, como já demonstra o fechamento dos contratos de câmbio.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,186%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 7,36% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 7,41% ao mês, projetando 4,28% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,8438%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 42% e 73% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 14,9% a 15,1% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 8,78% ao mês, projetando rentabilidade de 5,09% no mês. Para 30 dias (capital de giro): de 88% a 150% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%. Libor: 6,44%

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 8%, fechando com 31.251 pontos e volume financeiro de R$ 215,89 milhões. Rio: valorização de 6,3%, encerrando a 14.270 pontos e movimentando R$ 9,64 milhões.

Bolsas no exterior
Em Londres, o índice Financial Times encerrou a 2.441,80 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 15.630,53 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,895 (compra) e R$ 0,897 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,900 (compra) e R$ 0,902 (venda). "Black": R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). "Black" cabo: R$ 0,905 (compra) e R$ 0,910 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,880 (compra) e R$ 0,920 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,57%, fechando a R$ 11,34 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês até o dia 3 é positivo em US$ 130,64 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 94,43 milhões. O saldo total (comercial e financeiro) está positivo no mesmo período em US$ 36,21 milhões.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6005. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3845 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 86,30 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 393,00.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para abril fechou a 4,35% e para maio a 4,82% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 31.900 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para abril fechou a R$ 0,919 e a R$ 0,950 para maio.

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