São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Abeiva quer limite para nova alíquota

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os importadores de veículos reivindicaram ontem ao governo que um lote de 50 mil automóveis importados da Europa e do Japão antes da alta da alíquota do II (Imposto de Importação) seja taxado em 32% -e não em 70%- alíquota em vigor desde o último dia 30.
O presidente da Abeiva (associação que reúne as importadoras de veículos), Emílio Julianelli, fez o pedido ao secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari.
O argumento de Julianelli é que os dólares relativos à compra dos 50 mil veículos já saíram do país e não comprometerão o desempenho da balança comercial de abril.
Segundo ele, estes automóveis -que ainda não passaram pela alfândega brasileira- custaram de US$ 2 bilhões a US$ 4 bilhões às 31 importadoras filiadas à Abeiva.
Conforme dados do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, as importações de carros previstas para 95 antes do aumento do II chegariam a US$ 6 bilhões.

Demissões
O presidente da Abeiva afirmou que os importadores poderão demitir 70% dos 25 mil empregados do setor caso o governo não preserve a alíquota de 32% para este lote de carros já contratado.
Além disso, ele estima que 60% das 670 concessionárias não terão condições de continuar no mercado e fecharão suas portas.
Se a alíquota de 70% tiver incidência sobre o lote desses 50 mil veículos, Julianelli disse que as empresas terão que entregar as unidades para os bancos que serviram de avalistas, pois não terão compradores.
Ele avalia que o preço final dos carros importados chegará aos consumidores com um acréscimo de 35% depois do aumento do II. Dallari deve dar a resposta para o setor amanhã, segundo Julianelli.

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