São Paulo, quinta-feira, 6 de abril de 1995
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Morador de rua faz discurso pró-reforma

'O elefante tem de ser domesticado'

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O morador de rua José Aparecido, 49, ficou sentado em frente ao palco durante todo o protesto promovido pela CUT, ontem, na praça da Sé. Ele assistiu aos vídeos sobre Previdência, ouviu os discursos, mas não se convenceu.
"É preciso reformar a Previdência. O governo tem de diminuir o tamanho do elefante para domesticá-lo", afirmou, com um discurso semelhante ao usado pelo ministro Reinhold Stephanes, da Previdência Social. Aparecido aproveitou para criticar o teor dos discursos.
"Eles (referindo-se aos manifestantes) explicam mal. Falam que o governo quer acabar com a Previdência. Não é verdade. O governo quer pagar para quem ganha até cinco salários mínimos. Quem ganha mais vai para um fundo de pensão privado", afirmou.
Durante toda a tarde, foram transmitidos vídeos em um telão montado sobre o palco. Todos falavam do principal tema da manifestação: a crítica das propostas do governo para a Previdência.
Aparecido não é aposentado, não tem carteira assinada e muito menos salário. Vive de esmolas e de uma ajuda mensal da família que mora em Campinas, interior de São Paulo.
"Eu não sou aposentado, mas, se fosse, estaria apoiando as propostas", disse. "Se alguém perguntar aos aposentados se estão satisfeitos, quantos vão responder que sim?"

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