São Paulo, quinta-feira, 6 de abril de 1995
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Pesquisadores têm encontro em São Paulo

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O Centro Cultural São Paulo sedia de hoje a sábado o Encontro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Dezoito estudiosos de oito estados apresentam amanhã e depois, em palestras abertas para especialistas, os resultados de suas pesquisas.
Simultaneamente, ilustrando as intervenções, acontece de hoje a domingo a mostra "Jóias Raras do Cinema Brasileiro", aberta ao público. Trata-se de outra iniciativa viabilizada pela gestão do cineasta Augusto Sevá na assessoria de Cinema e Vídeo da Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo.
"O projeto surgiu durante o último Festival de Brasília", lembra Sevá. "Houve lá um encontro reduzido e conversamos com o coordenador, José Tavares de Barros (UFMG), sobre o apoio a um possível encontro em São Paulo."
A maior parte das palestras vai fazer um balanço das situações locais e regionais da pesquisa sobre cinema no Brasil.
Trabalhos específicos vão inventariar os progressos em instituições como a Cinemateca Brasileira e Cinemateca do MAM.
As principais novidades deverão vir de análises de casos específicos. Roberto Moura vem falar da representação do Rio no cinema entre 1954 e 1974; Máximo Barros (Faap-SP) focaliza os ambulantes do cinema brasileiro.
Antonio Moreno traz um pioneiro estudo sobre o imaginário gay nos filmes nacionais. A representação dos negros e dos índios são os temas da pesquisadora Ana Lucia Lobato (RJ) e do cineasta Sylvio Back, respectivamente.
Quatro curtas e quatro longas vão fazer a alegria de cinéfilos e cinematequeiros. A sessão de abertura, às 20h30 de hoje, reúne recém-descobertas preciosidades do cinema brasileiro dos anos 30.
"São Paulo de 32: Glorificae-o", de autor desconhecido, é uma vinheta patriótica dedicada à Revolução Constitucionalista. "O Negro Está Sambando" é um carnavalesco também anônimo rodado no Rio em 1939.
Antonio Jesus Pfeil traz "Porto Alegre", outro raro documento fílmico da capital gaúcha por ele resgatado. Por fim, Máximo Barros apresenta "Cenas Familiares", rodadas entre 1925 e 1930 pelo cinegrafista amador dr. Aires Netto.
Amanhã, no mesmo horário, será a vez de "Sacrifício Supremo" (1932), drama romântico do início do cinema sonoro, assinado pelo paulista Fábio Cintra (1898-1950).
Marlene, Luis Delfino, Dalva de Oliveira e Blecaute são os destaques da versão restaurada da chanchada "Tudo Azul" (1952), de Moacir Fenelon (1903-1953), programada para sábado, às 20h, e domingo, às 18h.
Por fim, domingo, às 16h e 20h, será a vez do drama silencioso mineiro "Canção de Primavera" (1923), de Igino Bonfioli (1886-1965), primeiro longa de ficção rodado em Belo Horizonte.
Restaurado pela UFMG, é programa obrigatório para quem se interessa pela história do cinema nacional.

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