São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estudante é libertada por sequestradores

DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Lisa Bárbara Bick, 24, foi libertada ontem no Terminal Rodoviário do Tietê (zona norte de SP). Ela havia sido sequestrada na última terça à noite, às 19h30, quando chegava em casa, no Morumbi (zona oeste de SP).
Não foi pago o resgato de cerca de R$ 500 mil pedido pelos sequestradores. A polícia acredita que eles tenham ficado com medo de serem capturados durante o pagamento do resgate e tenham decidido libertar Lisa.
O Tipo preto de Lisa, placas CAB-9400, foi abordado por três homens armados com revólveres quando ela chegava em casa. A mãe, que abria a garagem para a filha, também foi rendida. Os homens entraram então no carro da estudante e a levaram.
Lisa é filha única do piloto Teodoro Bick, que mora nos EUA há 20 anos, e de Aila Franco Bick, que administra imóveis.
Um tio de Lisa, Damon Franco, avisou dois delegados amigos da família sobre o sequestro. Esses policiais mandaram o delegado Maurício Guimarães, titular da Deas (Delegacia Anti-Sequestro), até a casa da estudante.
As negociações com os sequestradores foi feita por Damon, orientado pela Deas. O último contato com os sequestradores foi às 16h de ontem, quando foi acertado o pagamento do resgate em Mairiporã. Segundo Franco, os sequestradores eram "desorganizados" durante as negociações.
Quando estava indo para o cativeiro com o resgate, Franco recebeu um telefonema da polícia dizendo que a estudante havia sido solta no Terminal do Tietê.
Durante as duas noites no cativeiro, uma barraca no meio do mato no município de Mairiporã (35 km de São Paulo), Lisa só se alimentou de biscoitos, não tomou banho e, segundo o tio, foi bem tratada pelos sequestradores, sem sofrer qualquer tipo de violência.
"Agora ela está calma, mas viveu momentos de tensão e pensou que fosse morrer", disse o tio.
A família da estudante pediu que o sequestro não fosse divulgado. Seguindo norma do "Novo Manual da Redação", a Folha não publicou a notícia. O item "razões de segurança" afirma que o jornal pode omitir informação cuja divulgação coloque em risco a segurança pública, de pessoa ou de empresa. Este foi o primeiro sequestro do ano em São Paulo.

Texto Anterior: Goiás; Mato Grosso do Sul
Próximo Texto: Tiro acidental mata menino de 7 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.